A capital angolana deverá acolher, nos próximos dias, negociações directas entre representantes do Governo da República Democrática do Congo (RDC) e o grupo armado M23, no âmbito dos esforços de mediação liderados por Angola para a resolução do conflito no Leste congolês.
O anúncio foi feito esta terça-feira, 11 de Março, pelo Palácio Presidencial, na sequência da breve visita de trabalho do Presidente congolês, Félix Tshisekedi, a Luanda. Segundo o comunicado oficial, Angola, enquanto país mediador, irá iniciar contactos com o M23 para viabilizar a realização dos encontros de paz.
A medida surge numa altura em que a situação no Leste da RDC continua instável, marcada por confrontos entre as forças governamentais e o grupo M23, que ocupa diversas zonas da província de Kivu do Norte. A escalada de violência tem provocado deslocações em massa da população civil e agravado a crise humanitária na região.
Angola tem desempenhado um papel diplomático activo na tentativa de apaziguar o conflito, com o Presidente João Lourenço a assumir, nos últimos anos, diversas iniciativas em prol da estabilidade regional, tanto no quadro bilateral como nos fóruns multilaterais, incluindo a Comunidade de Desenvolvimento da África Austral (SADC) e a União Africana.
A realização de negociações directas entre a RDC e o M23, sob a égide de Luanda, poderá representar um passo decisivo para a pacificação do Leste congolês e para o restabelecimento da confiança entre as partes envolvidas. Fontes diplomáticas indicam que o formato e a composição das delegações ainda estão a ser definidos, mas que há expectativa de avanços concretos no processo.