A administração do ex-presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, colocou em suspenso, por tempo indeterminado, o financiamento de determinados projetos da Agência dos Estados Unidos para o Desenvolvimento Internacional (USAID) em Angola, incluindo estudos técnicos ligados ao Corredor do Lobito. A informação foi avançada pela agência Bloomberg e replicada por diversos meios de comunicação nacionais e estrangeiros.
A suspensão levanta dúvidas sobre o compromisso norte-americano com este projeto estratégico, que foi reforçado durante a visita do ex-presidente Joe Biden a Angola em dezembro de 2024. O Corredor do Lobito foi concebido para facilitar o transporte de minerais preciosos do interior de África até à costa angolana, tornando-se um eixo fundamental para a logística regional e a economia angolana.
No entanto, o governo angolano, através do ministro dos Transportes, Ricardo de Abreu, em declarações à Rádio Nacional de Angola (RNA), esclareceu que a decisão dos EUA não afeta diretamente o financiamento do Corredor do Lobito. Segundo o governante, o projeto é sustentado por capitais privados norte-americanos e não depende exclusivamente do governo dos Estados Unidos.
“Isso não corresponde à verdade. Aliás, o financiamento ao Corredor do Lobito não depende exclusivamente dos Estados Unidos da América. O que o Presidente Trump fez foi colocar em stand-by um conjunto de ações desenvolvidas por agências de ajuda americana, em particular a USAID, mas que não têm relação direta com o Corredor do Lobito”, afirmou Ricardo de Abreu.
O ministro sublinhou ainda que a concessão do Corredor do Lobito é operada pela Lobito Atlantic Railway, cujos investimentos são assegurados pelo capital dos seus acionistas. Além disso, os recursos necessários para a continuidade do projeto estão garantidos por uma instituição financeira de desenvolvimento norte-americana, a DFC (U.S. International Development Finance Corporation).
“Não há nenhuns indícios de que isso esteja suspenso, como as notícias têm vindo a circular”, reforçou Ricardo de Abreu, afastando qualquer impacto imediato da decisão dos EUA sobre o andamento do projeto.
O governo angolano mantém-se firme na continuidade do Corredor do Lobito, considerado vital para o escoamento de recursos minerais da região e o desenvolvimento económico do país.
