Sexta-feira, 14 de Março, 2025

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Ministro da Energia e Águas defende descentralização para melhorar abastecimento de água em Luanda

O ministro da Energia e Águas, João Baptista Borges, defendeu, esta terça-feira (11), a necessidade de reformas institucionais no setor de abastecimento de água, sublinhando a importância da descentralização e da introdução de gestão privada para melhorar a eficiência do sistema.

Durante a entrevista, o governante explicou que a separação entre distribuição e comercialização de água pode contribuir para um serviço mais eficaz. Como exemplo, mencionou o Kilamba, onde a comercialização poderia ser entregue a empresas privadas, com tarifas reguladas, instalação de contadores e gestão do ciclo comercial, permitindo que a Empresa Pública de Águas de Luanda (EPAL) se concentrasse exclusivamente no fornecimento.

Falta de água em Luanda afeta milhões de habitantes

Luanda enfrenta o maior desafio no abastecimento de água do país. De acordo com João Baptista Borges, a capital angolana tem uma necessidade diária de cerca de 1 milhão de metros cúbicos de água, mas a oferta real é de apenas 400 mil metros cúbicos, deixando um défice de 60%.

Diante dessa realidade, a maioria da população recorre a camiões-cisterna para suprir as suas necessidades básicas. O crescimento acelerado da cidade e a expansão dos bairros periféricos agravam ainda mais a situação, tornando urgente a implementação de medidas para aumentar a capacidade de abastecimento.

O ministro destacou ainda que práticas ilegais, como a venda clandestina de água, prejudicam o setor e dificultam o acesso da população a um serviço adequado. Para combater esse problema, o governo pretende investir em novas condutas, chafarizes e na renovação da infraestrutura obsoleta.

Projetos Quilonga e Bita visam reforçar abastecimento

João Baptista Borges reconheceu que a população deseja soluções imediatas, mas salientou que projetos de grande porte exigem investimentos avultados e tempo para a sua concretização. Entre as iniciativas em curso, destacou os projetos Quilonga e Bita, avaliados em cerca de 3 mil milhões de dólares, que visam captar água do rio Kwanza para abastecer diferentes regiões da capital.

A construção de centros de tratamento e uma rede de distribuição moderna beneficiará aproximadamente 300 mil residências, levando água potável a áreas que atualmente dependem de fontes irregulares e de qualidade duvidosa.

O Executivo acredita que estas ações irão melhorar significativamente o fornecimento de água e tornar o sistema mais acessível e eficiente para a população de Luanda, que poderá atingir cerca de 13 milhões de habitantes nos próximos anos.

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