O relatório das Nações Unidas sobre a Situação Económica Mundial e Perspetivas para 2025, apresentado esta quinta-feira em Nova Iorque, prevê um crescimento global estável de 2,8% para este ano, com um ligeiro aumento para 2,9% em 2026. Apesar de a economia global demonstrar resiliência, o crescimento mantém-se abaixo da média pré-pandemia de 3,2%, refletindo um fraco investimento, baixo crescimento da produtividade e níveis elevados de endividamento.
África: Crescimento Ligeiramente Acelerado
Em África, o crescimento económico deverá aumentar de 3,4% em 2024 para 3,7% em 2025. Este desempenho será impulsionado pela recuperação de economias-chave como o Egito, a Nigéria e a África do Sul. Contudo, o continente enfrenta desafios estruturais significativos, como conflitos armados, aumento dos custos do serviço da dívida, elevado desemprego e os impactos das alterações climáticas.
A ONU sublinha que a aceleração do crescimento em África poderá ser ameaçada por estes fatores, que comprometem o progresso rumo aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS). Adicionalmente, as tensões comerciais globais e os elevados preços dos alimentos continuam a agravar a insegurança alimentar em países vulneráveis.
Angola: Recuperação Económica em Destaque
Para Angola, as perspetivas económicas refletem um cenário de recuperação moderada, em linha com o contexto africano. O país tem beneficiado da estabilização dos preços do petróleo e das reformas económicas em curso, que visam diversificar a economia e reduzir a dependência das receitas petrolíferas.
Prevê-se que a flexibilização monetária e a implementação de medidas fiscais equilibradas contribuam para um crescimento mais robusto no período em análise. Para além disso, o investimento em setores estratégicos, como infraestrutura e energia limpa, é visto como uma oportunidade para fortalecer o capital humano e promover o desenvolvimento sustentável.
Contexto Global e Recomendações
O relatório das Nações Unidas destaca que o comércio global deverá crescer 3,2% em 2025, enquanto a inflação global deverá recuar de 4% em 2024 para 3,4% em 2025, oferecendo algum alívio às economias em desenvolvimento. Contudo, as disparidades regionais e os riscos geopolíticos permanecem como desafios significativos.
Para África, o relatório recomenda políticas fiscais que evitem uma austeridade excessiva, promovendo, em contrapartida, investimentos em setores críticos como saúde, educação e infraestrutura. A ONU apela ainda a uma maior cooperação multilateral para enfrentar as crises interligadas da dívida, desigualdade e alterações climáticas.
Com uma abordagem focada em políticas públicas inclusivas e na criação de oportunidades económicas, África e Angola poderão capitalizar o impulso da recuperação global para alcançar um crescimento mais resiliente e sustentável.