O processo de recrutamento nos serviços prisionais no Bié tem sido alvo de críticas por alegações de influência, compadrio e falta de transparência. Diversos candidatos alegam ter sido admitidos sem a realização de um concurso público adequado, apontando irregularidades como a preferência por indivíduos com conexões familiares ou políticas.
Entre os relatos recolhidos, alguns candidatos afirmam que seus documentos foram submetidos diretamente por pessoas influentes, sem o anúncio prévio de um processo de seleção. Após passarem por testes físicos e médicos e concluírem a formação militar, muitos recrutas foram enviados para casa devido à falta de verbas para o pagamento de salários, uma situação que afeta mais de 200 novos agentes.
Especialistas, como economistas e ativistas cívicos, denunciam que o sistema integrado de gestão financeira do Estado (SIGFE) não possui recursos suficientes para enquadrar os novos recrutas, enquanto outros afirmam que muitos pagaram valores elevados para garantir uma vaga. A ausência de remuneração tem gerado frustração e potencial aumento da delinquência entre os candidatos dispensados.
Tentativas da Televisão Pública de Angola (TPA) para obter esclarecimentos do comandante da Polícia Nacional e do delegado do Ministério do Interior não tiveram sucesso. Em nota, a direção dos serviços prisionais orientou os recém-recrutados a não se pronunciarem publicamente sobre o assunto.