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Médicos Sem Fronteiras denunciam condições de vida “desumanas” em Gaza

Os Médicos Sem Fronteiras (MSF) denunciaram hoje as condições de vida “desumanas” a que estão atualmente sujeitos centenas de milhares de palestinianos em Gaza, ao viver em locais sobrelotados e sem acesso adequado a serviços básicos.

Médicos Sem Fronteiras denunciam condições de vida "desumanas" em Gaza

“As pessoas já não têm pertences, não têm para onde ir. Não há sítio para montar tendas. A sobrelotação, a grave falta de água e a falta de saneamento estão a alimentar a propagação de doenças. Não conseguimos fazer face ao grande número de necessidades”, alertou Jacob Granger, coordenador do projeto da organização não-governamental.

Desde 01 de julho, recordou os MSF, as forças israelitas emitiram pelo menos 16 ordens de evacuação forçada em Gaza, afetando 213.000 palestinianos só na primeira quinzena de agosto.

O Gabinete de Coordenação dos Assuntos Humanitários da ONU (OCHA) estimou que 86% da população de Gaza tenha recebido ordens de retirada forçada desde o início da guerra entre Israel e o movimento islamita Hamas, a 07 de outubro.

“Muitos estão a chegar a al-Mawasi sem sequer um saco de plástico para embrulhar o pouco que lhes resta, sem sequer uma barra de sabão”, segundo os MSF, que há três meses que tenta importar, sem sucesso, 4.000 kits de higiene para melhorar as condições de vida da população.

As autoridades israelitas bloquearam a importação de bens, que, devido à sua escassez, adquiriram preços exorbitantes no mercado: um simples frasco de champô custa 40 dólares (cerca de 36 euros).

O conflito em curso na Faixa de Gaza iniciou-se em outubro do ano passado, quando os islamitas palestinianos do Hamas lançaram um ataque ao território israelita que causou cerca de 1.200 mortos e perto de 250 reféns.

Em resposta, Israel lançou uma ofensiva militar em grande escala contra a Faixa de Gaza que, até agora, causou mais de 40.600 mortos e quase 94.000 feridos, segundo o balanço mais recente das autoridades locais do enclave controlado pelo Hamas.

Lusa

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