Sexta-feira, 20 de Setembro, 2024

O seu direito à informação, sem compromissos

Search
Close this search box.

Pesquisar

Angola regista um défice gritante no setor da habitação de 2,2 milhões de casas

Apesar dos progressos feitos pelo setor de Obras Públicas, Urbanismo e Habitação em Angola, o país ainda enfrenta um déficit habitacional significativo, que continua a ser um dos maiores desafios para o desenvolvimento socioeconómico. Com a conclusão de 14 mil unidades habitacionais em três centralidades e o investimento contínuo em infraestruturas rodoviárias, o governo tem avançado na melhoria das condições de vida da população. No entanto, o déficit habitacional, atualmente estimado em 2,2 milhões de casas, evidencia a necessidade urgente de intensificar os esforços para atender à crescente demanda por habitação.

Investimentos e Realizações em 2022

Durante o ano fiscal de 2022, o governo alocou 236 mil milhões de kwanzas ao setor de Obras Públicas, Urbanismo e Habitação, permitindo a conclusão de 14 mil novas unidades habitacionais. Essas unidades foram distribuídas em três centralidades, além da construção de novas urbanizações e casas sociais. Esses investimentos são parte de um esforço contínuo para enfrentar o déficit habitacional e proporcionar moradia digna aos cidadãos angolanos.

Além das unidades habitacionais, o investimento também permitiu a reabilitação de 1.692 quilómetros de estradas e a construção de 3.196 metros lineares de pontes, além do estancamento de mais de 150 ravinas em todo o país. Esses projetos são fundamentais para melhorar a mobilidade e a acessibilidade, bem como para estimular o desenvolvimento econômico regional.

O Desafio do Déficit Habitacional

Apesar dessas realizações, o déficit habitacional em Angola permanece alarmante. Segundo o Ministro das Obras Públicas, Urbanismo e Habitação, Carlos dos Santos, o país atualmente conta com um total de 350 mil habitações construídas com recursos do Estado. No entanto, o crescimento populacional acelerado e a urbanização rápida têm alimentado um déficit que já atinge 2,2 milhões de unidades habitacionais.

Este déficit representa não apenas um desafio logístico e financeiro, mas também um obstáculo ao desenvolvimento social e à qualidade de vida dos angolanos. A falta de habitação adequada força muitas famílias a viverem em condições precárias, o que tem implicações profundas para a saúde pública, a educação e a segurança.

Infraestruturas Rodoviárias e o Papel do Setor Privado

Em termos de infraestruturas rodoviárias, Angola possui uma rede viária de cerca de 79 mil quilómetros, dos quais 27 mil constituem estradas primárias e 52 mil, estradas municipais. No entanto, apenas 11.500 quilómetros da rede fundamental de estradas foram completados, representando 43% do total, enquanto 16 mil quilómetros da rede municipal foram concluídos, cobrindo 30,1%.

O governo tem se concentrado nos eixos estruturantes principais, com destaque para as estradas nacionais 100, 120, 230, 250 e 225, além das autoestradas. A manutenção e conservação dessas vias são prioridades para garantir a durabilidade das infraestruturas existentes e promover a participação do setor privado na resolução dos desafios de infraestrutura do país.

O Papel do Orçamento Geral do Estado

O ministro também abordou a questão dos projetos de obras públicas inscritos repetidamente no Orçamento Geral do Estado (OGE). Ele explicou que o OGE fixa apenas receitas e despesas anuais, mas muitos projetos de infraestrutura são plurianuais, exigindo mais de um ano para serem concluídos. Portanto, é natural que projetos em andamento apareçam em sucessivos orçamentos anuais.

×
×

Cart