O presidente da missão de observação eleitoral da União Africana (UA) na Guiné-Bissau, o ex-Presidente moçambicano Filipe Nyusi, disse hoje que o ambiente no país está calmo, mas com “alguma timidez na movimentação da população”.

“O ambiente, como disse, está calmo, com alguma timidez na movimentação da população, mas sabe que há recolher obrigatório a partir das 19:00 [hora de Bissau]”, disse Filipe Nyusi, que falava em entrevista telefónica para uma televisão privada de Moçambique.
Segundo Nyusi, o ambiente mais tímido regista-se no centro da cidade capital, Bissau, onde a missão está hospedada, mas ao nível da periferia a movimentação de pessoas continua.
Sobre o retorno dos membros da missão aos seus países de origem, Filipe Nyusi disse que teve oportunidade de regressar hoje, mas preferiu permanecer naquele país para que a saída seja coletiva.
O general Horta Inta-A foi empossado Presidente de transição da Guiné-Bissau, numa cerimónia que decorreu hoje no Estado-Maior General das Forças Armadas guineenses, um dia depois de os militares terem tomado o poder no país, antecipando-se à divulgação dos resultados das eleições gerais de 23 de novembro.
Os militares anunciaram a destituição do Presidente, Umaro Sissoco Embaló, suspenderam o processo eleitoral, os órgãos de comunicação social e impuseram um recolher obrigatório.
As eleições, que decorreram sem registo de incidentes, realizaram-se sem a presença do principal partido da oposição, o histórico Partido Africano da Independência da Guiné e Cabo Verde (PAIGC), e do seu candidato, Domingos Simões Pereira, excluídos da disputa e que declararam apoio ao candidato opositor Fernando Dias da Costa.
Simões Pereira foi detido e a tomada de poder pelos militares está a ser denunciada pela oposição como uma manobra para impedir a divulgação dos resultados eleitorais.
Lusa

