Barcos de apoio à indústria petrolífera e à fiscalização marítima estão a ser produzidos, pela primeira vez, em território angolano, concretamente na província do Icolo e Bengo. A empresa responsável pelo projeto apresentou, neste sábado, o estado de execução das duas primeiras embarcações, que assinalam um marco histórico para o setor naval do país.

De acordo com os responsáveis, o projeto prevê a construção de seis barcos de aço por ano, e já foram investidos mais de 8 milhões de dólares na sua implementação. As duas primeiras embarcações encontram-se em diferentes fases de construção e destinam-se ao apoio das operações petrolíferas offshore, garantindo maior segurança e eficiência nas plataformas.
“Estas embarcações não trabalham apenas na parte de segurança, mas também na de safety, assegurando que as operações petrolíferas decorram no melhor ambiente possível”, explicou um dos técnicos do projeto.
Os barcos serão utilizados também em casos de acidentes ou incidentes, na recolha de materiais que possam afetar as operações e no apoio pedagógico a pescadores que se aproximem das áreas de exploração petrolífera.
O secretário de Estado para os Sectores de Aviação Civil, Marítimo e Portuário, Artur Custódio, destacou o avanço do conteúdo local, sublinhando que a iniciativa “demonstra a capacidade nacional de abastecer tanto o mercado interno como o internacional”.
Segundo Custódio, os estaleiros já empregam mão-de-obra nacional e possuem clientes estrangeiros, incluindo uma encomenda da Polícia Marítima do Quénia.
O empresário Rui Teles Carreira realçou, por sua vez, que a aposta no segmento naval “é uma mais-valia para a empregabilidade e para a diversificação da economia”, destacando que o projeto é inteiramente privado e segue a orientação do Estado de incentivar o setor empresarial nacional.
Diariamente, jovens angolanos participam na construção dos barcos, ganhando experiência na indústria naval. “Está a ser uma experiência de muito aprendizado e um impulso para a minha carreira profissional”, contou uma das jovens soldadoras envolvidas no projeto.
A empresa pretende ainda produzir embarcações de até 50 metros, destinadas a diversas funções marítimas, consolidando assim a indústria naval angolana como uma nova força na economia nacional.

