O Presidente em exercício da União Africana (UA) e Chefe de Estado angolano, João Lourenço, defendeu, esta terça-feira, uma África mais conectada, com estradas que unam mercados, redes eléctricas que alimentem indústrias e tecnologias digitais que aproximem os povos. O apelo foi feito durante a cimeira de alto nível sobre financiamento e desenvolvimento de infraestruturas no continente africano, que decorre esta semana.

Segundo o Presidente, o desenvolvimento de infraestruturas é essencial para criar empregos, promover o comércio intra-africano e reforçar a integração regional e continental. “O futuro de África depende da sua capacidade de se unir em torno de objectivos comuns”, sublinhou, acrescentando que a ambição é “construir as infraestruturas que vão sustentar o desenvolvimento tecnológico rumo à industrialização e à eletrificação dos países africanos”.
No seu discurso, João Lourenço destacou os avanços registados por Angola nos últimos 50 anos de independência, salientando o forte investimento na construção, reconstrução e modernização das infraestruturas nacionais. “Muitos dos presentes terão aterrado no novo e moderno Aeroporto Internacional Dr. António Agostinho Neto, símbolo da nova fase de modernização do país”, afirmou.
O Presidente anunciou ainda que Angola está a ampliar a rede rodoviária, a construir novos aeroportos em várias capitais provinciais e a modernizar os principais portos, incluindo o porto de águas profundas do Caio, em Cabinda.
Em relação à energia elétrica, João Lourenço revelou que o país já dispõe de capacidade suficiente para atender à procura nacional, mas continua a apostar na expansão. Destacou a barragem de Caculo-Cabaça, em construção, que produzirá 2.172 megawatts, e outras projectadas nas bacias dos rios Coansa, Queve, Longa e Cunene, que poderão adicionar mais de 8.000 megawatts à capacidade nacional.
O Chefe de Estado anunciou igualmente a intenção de ligar Cabinda à rede nacional de energia através de um cabo submarino, bem como partilhar o excedente energético com países da SADC e da África Central em regime de parceria público-privada.
No domínio da água, destacou os projectos do BITA e Quilonga Grande, que vão aumentar a oferta para mais de 7,5 milhões de habitantes de Luanda e Cuanza Sul, além de novas barragens no Cunene e Namibe, no âmbito do programa de combate à seca.
Em matéria de telecomunicações, João Lourenço revelou que Angola vai lançar um novo satélite de observação da Terra e expandir a rede nacional de fibra óptica, permitindo que “as soluções digitais e a inovação tecnológica estejam ao alcance de todos os angolanos”.
O Presidente concluiu defendendo uma estratégia continental de financiamento das infraestruturas, capaz de impulsionar a integração económica africana. “Precisamos de encontrar as melhores soluções para que as infraestruturas rodoviárias, ferroviárias, portuárias, aeroportuárias, energéticas e digitais sirvam não apenas cada país, mas toda a África”, afirmou.
 
				 
				

