Angola retomou oficialmente, nesta quarta-feira, a exploração de cobre, com a inauguração da primeira fase da Mina de Cobre de Tetelo, localizada em Mavoio, no município de Maquela do Zombo, província do Uíge. O evento marca o regresso da indústria do cobre ao país, depois de mais de meio século de inatividade.

O empreendimento, de iniciativa privada, é liderado pela empresa Shining Star Icarus (SSI), com um investimento estimado em 250 milhões de dólares. O projeto ocupa uma área de concessão de cerca de 2.000 quilómetros quadrados e prevê uma produção inicial de 4.000 toneladas de minério por dia, com um concentrado de aproximadamente 300 toneladas de cobre.
Durante a cerimónia de inauguração, o governador provincial do Uíge, José Carvalho da Rocha, destacou que a reativação da mina representa um marco importante para a diversificação económica e o desenvolvimento da região de Maquela do Zombo, afirmando que o projeto “entra nas contas da estratégia de geração de emprego e do crescimento sustentável da província”.
José Carvalho da Rocha adiantou ainda que o Governo está a trabalhar na criação de um ramal ferroviário e na melhoria das estradas que ligam Mavoio a outras localidades, com o objetivo de facilitar o transporte do cobre e impulsionar as atividades económicas associadas à mineração.
A antiga mina de Mavoio foi uma das mais importantes do país antes da independência, tendo encerrado as suas operações em 1971. A sua reabertura insere-se na estratégia do Executivo de reativar o potencial mineiro nacional, reduzir a dependência do petróleo e apostar na exploração de minerais estratégicos, como o cobre, essencial para as tecnologias de transição energética e a indústria eletrónica.
O Ministério dos Recursos Minerais, Petróleo e Gás (MIREMPET) supervisiona o projeto, que deverá gerar milhares de postos de trabalho diretos e indiretos, bem como promover o desenvolvimento de infraestruturas sociais e económicas no norte do país.
Com o regresso da exploração de cobre, Angola dá um passo importante no reforço da sua base produtiva e exportadora, colocando o Uíge no mapa dos principais polos mineiros do país e sinalizando um novo ciclo de crescimento industrial e de atração de investimento privado.

