Quinta-feira, 30 de Outubro, 2025

O seu direito à informação, sem compromissos

Pesquisar

Angola regista aumento de casos de cólera e autoridades intensificam resposta

Angola continua a enfrentar um aumento preocupante de casos de cólera, com uma média diária de 80 novas infecções, segundo dados avançados pelas autoridades sanitárias. As províncias do Uíge e da Lunda-Norte concentram, nesta fase, o maior número de ocorrências, mantendo o sistema de saúde em alerta.

De acordo com o Ministério da Saúde, o país já registou mais de 26 mil casos e cerca de 750 mortes desde o início do surto, que atinge 18 das 21 províncias angolanas. Apesar de uma ligeira redução no ritmo de propagação, as autoridades sublinham que a situação ainda não está controlada, sobretudo em zonas rurais e fronteiriças, onde o acesso a água potável e saneamento básico continua limitado.

A doença mantém uma tendência ascendente nas províncias do Uíge, Lunda-Norte e Malanje, onde equipas médicas e parceiros internacionais trabalham no reforço da vigilância epidemiológica e na distribuição de produtos de desinfecção e tratamento de água.

A Organização Mundial da Saúde (OMS) e o Centro Africano de Controlo e Prevenção de Doenças (África CDC) apoiam as acções do Governo angolano, disponibilizando vacinas orais, kits de tratamento e apoio técnico às equipas locais. A OMS classificou o risco de transmissão como “muito elevado”, tendo em conta a mobilidade populacional e a época das chuvas que agrava as condições sanitárias.

O tema está em análise na Conferência Científica de Saúde Pública, que decorre em Benguela, sob o lema “Inovação e Ciência ao Serviço da Saúde Comunitária”. A conferência reúne especialistas nacionais e estrangeiros que procuram soluções práticas e sustentáveis para conter a propagação da cólera e outras doenças infecciosas.

As discussões centram-se na necessidade urgente de melhorar o abastecimento de água potável, reforçar os sistemas de saneamento básico, promover campanhas de sensibilização comunitária e aumentar o investimento na saúde preventiva.

As autoridades reiteram o apelo à população para fervilhar a água antes do consumo, lavar frequentemente as mãos e evitar o consumo de alimentos crus ou mal conservados. O Governo prevê intensificar as campanhas de vacinação oral e ampliar as zonas de acesso a serviços de saúde e higiene pública nas áreas mais críticas.

Com o país ainda a lidar com as consequências do surto, o desafio agora passa por garantir uma resposta coordenada e sustentável, que previna novos episódios e fortaleça a capacidade do sistema nacional de saúde diante de futuras emergências sanitárias.

×
×

Cart