Apenas 24% da população angolana consegue poupar parte do seu rendimento, segundo dados divulgados pelo Banco Nacional de Angola (BNA) durante a abertura da Semana Mundial da Poupança, que decorre em Luanda. O número revela que 76% dos angolanos não têm qualquer reserva financeira, um dado que preocupa as autoridades monetárias e reforça a urgência de promover a educação financeira no país.

De acordo com Marília Poças, representante do BNA, a percentagem de angolanos que poupa “é muito pequena”, mas o problema não se deve apenas aos baixos rendimentos. “É preciso incutir nas pessoas que o ato de poupar não depende de se ganhar muito ou pouco. Mesmo quem tem rendimentos baixos deve reservar uma pequena parte do seu ganho mensal”, explicou.
Apesar disso, muitos angolanos afirmam ser difícil manter o hábito de poupança devido ao aumento do custo de vida. “Está muito difícil poupar. O que se consegue hoje, amanhã já é necessário gastar para resolver outras questões”, lamentou um cidadão ouvido durante a reportagem.
Entre os jovens universitários que participaram na abertura do evento, alguns revelaram uma maior consciência financeira. “Procuro sempre guardar uma percentagem do que ganho para investir nos meus sonhos e metas”, disse um estudante. Outros, porém, reconhecem que as despesas diárias impedem qualquer tentativa de poupança.
O BNA sublinhou ainda que a taxa de inclusão financeira em Angola é de apenas 49%, enquanto a literacia financeira ronda os 25%, índices considerados baixos para um país que procura dinamizar a economia e atrair mais investimentos.
Com a Semana Mundial da Poupança, o BNA pretende reforçar a missão de promover a educação e inclusão financeira, lembrando que “pequenas poupanças podem gerar grandes conquistas”. A instituição anunciou também que, nos próximos tempos, será divulgada a Estratégia Nacional de Inclusão Financeira, que contará com a participação de parceiros públicos e privados.

