O Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, disse hoje, em Bruxelas, esperar uma “decisão positiva” da União Europeia (UE) relativamente à utilização de ativos russos congelados para financiar ajuda a Kiev, apontando que a Rússia está “com muito medo” dessa medida.

“Espero que tomem uma decisão política, uma decisão positiva de alguma forma para ajudar a Ucrânia com esses fundos”, afirmou Zelensky numa conferência de imprensa na sede do Conselho Europeu, depois de ter participado como convidado num debate com os líderes europeus, reunidos numa cimeira em Bruxelas, que tem como um dos principais pontos em agenda a questão da utilização de ativos russos congelados em território europeu para financiar o apoio a Kiev.
De acordo com Zelensky, a Rússia é responsável pela guerra que levou à Ucrânia e “tem de pagar por essa guerra”.
Nas mesmas declarações, o líder ucraniano considerou que uma das melhores formas de exercer pressão sobre Moscovo para forçar o Presidente Vladimir Putin a sentar-se à mesa das negociações, com vista a um cessar-fogo e um plano de paz, é recorrer aos ativos russos congelados, garantindo que a Rússia “está com muito medo” de que a UE tome essa decisão.
Segundo o Presidente ucraniano, os líderes da UE estão “próximos” de alcançar um acordo sobre esta medida.
As discussões neste Conselho Europeu sobre esta matéria, iniciadas hoje de manhã, serão retomadas à noite, dado não terem sido ultrapassados certos obstáculos, designadamente as garantias exigidas pela Bélgica, o Estado-membro onde estão a maior parte dos bens russos congelados, e que não quer suportar todos os riscos legais e financeiros associados.
A Ucrânia tem contado com ajuda financeira e em armamento dos aliados ocidentais desde que a Rússia invadiu o país, em 24 de fevereiro de 2022.
Os aliados de Kiev também têm decretado sanções contra setores-chave da economia russa para tentar diminuir a capacidade de Moscovo de financiar o esforço de guerra na Ucrânia.
A ofensiva militar russa no território ucraniano mergulhou a Europa naquela que é considerada a crise de segurança mais grave desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).
Lusa