As primeiras três empresas vandalizadas e pilhadas durante as manifestações de finais de Julho começaram, nesta segunda-feira (25), a receber apoio financeiro do Banco de Poupança e Crédito (BPC). A informação foi confirmada pelo presidente do Conselho de Administração da instituição, Cláudio Pinheiro, em declarações à Rádio Nacional de Angola (RNA).

Segundo o gestor, até ao momento foram submetidos cerca de 20 pedidos de compensação, avaliados em aproximadamente 28 mil milhões de kwanzas. Os restantes processos encontram-se em fase de análise, sendo que os primeiros desembolsos aprovados já estão a ser efetuados.
Pinheiro sublinhou que, apesar de o processo ser considerado “novo” e com exigências documentais diferentes das habituais, a sua operacionalização não representa um desafio para o banco. “O BPC tem capacidade de processar mil créditos por semana. Portanto, a análise e aprovação destes processos não constitui complexidade em termos operacionais”, frisou.
O PCA esclareceu ainda que as empresas beneficiárias são, em grande parte, do setor comercial, o que, na perspetiva do banco, assegura maior capacidade de reembolso. “Estamos confortáveis porque a maioria já era cliente do banco e algumas tinham operações anteriores connosco”, afirmou.
Quanto à saúde financeira da instituição, Cláudio Pinheiro destacou que o BPC vive atualmente uma fase de maior estabilidade, com resultados consistentes e alinhados com a estratégia de apoiar a economia real. “Ainda não atingimos o ponto ideal, mas estamos a construir um banco mais resiliente, preparado para enfrentar ciclos económicos adversos e a garantir continuidade do negócio”, disse.
O responsável revelou também que o banco está a reestruturar créditos antigos, avaliados em cerca de 200 mil milhões de kwanzas, e a expandir operações no setor agropecuário e da piscicultura, com maior incidência na região sul do país.
Com o arranque destes apoios, o BPC dá início a um processo que poderá abranger mais de uma centena de empresas afetadas pelos actos de vandalismo, reforçando a sua posição como um dos principais instrumentos de suporte às políticas públicas de recuperação económica.