O segundo dia da 9.ª Conferência Internacional de Tóquio sobre o Desenvolvimento de África (TICAD 9), que decorre, hoje, quinta-feira (21), em Yokohama, ficou marcado por um painel de debate sobre a actividade empresarial, nas suas vertentes pública e privada, reunindo líderes africanos, governantes japoneses e empresários dos dois continentes.

O Primeiro-Ministro do Japão, Shigeru Ishiba, e o Presidente em exercício da União Africana, João Lourenço, conduziram a sessão de abertura do diálogo empresarial, realçando o crescente dinamismo das relações entre Tóquio e África. Ishiba destacou o aumento exponencial do número de empresas japonesas instaladas em países africanos, bem como o volume de acordos firmados recentemente.
No seu discurso, João Lourenço, também Presidente da República de Angola, enalteceu a importância da parceria estratégica entre África e Japão, sublinhando que a cooperação deve assentar em bases sólidas de investimento privado directo e de prosperidade partilhada.
“África, com os seus vastos recursos naturais, população jovem e mercado em expansão, apresenta-se como um parceiro estratégico de longo prazo para o Japão. Por sua vez, as capacidades tecnológicas e inovadoras japonesas podem contribuir decisivamente para o desenvolvimento industrial e sustentável do nosso continente”, afirmou.
O Chefe de Estado recordou ainda que, na TICAD 8, o Japão anunciou investimentos de 30 mil milhões de dólares em três anos, com progressos já registados. Citou dados da Organização de Comércio Externo do Japão (JETRO), segundo os quais 57% das empresas nipónicas em África pretendem expandir as suas actividades.
Lourenço destacou o papel da Zona de Comércio Livre Continental Africana (ZCLCA) como um instrumento essencial de integração económica, capaz de unir 1,4 mil milhões de pessoas num mercado único avaliado em 2,8 biliões de dólares.
O estadista angolano apelou às empresas japonesas para reforçarem as parcerias com o sector privado africano, investindo em infra-estruturas, cadeias de valor modernas, inovação e formação de capital humano.
“Com parceiros como o Japão, estou confiante de que podemos acelerar a construção da ‘África que Queremos’: próspera, integrada e desenvolvida”, concluiu.