Quinta-feira, 17 de Julho, 2025

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Brent recua pelo segundo dia consecutivo e afasta-se dos 70 dólares apesar de ameaças de Trump

O preço do barril de petróleo Brent para entrega em setembro terminou esta terça-feira em baixa de 0,72%, fixando-se nos 68,71 dólares no mercado de futuros de Londres, num contexto marcado pela crescente incerteza geopolítica e comercial.

O brent, de referência para exportações angolanas, fechou a sessão no Intercontinental Exchange (ICE) a 50 cêntimos abaixo dos 69,21 dólares registados no encerramento de segunda-feira.

É o segundo dia consecutivo em que o Brent apresenta uma trajetória descendente, afastando-se do limiar simbólico dos 70 dólares por barril, mesmo perante as recentes ameaças do Presidente norte-americano, Donald Trump, de impor novas sanções ao petróleo russo, caso Moscovo não aceite um acordo de paz na Ucrânia dentro de 50 dias.

Na segunda-feira, Trump anunciou a intenção de aplicar tarifas alfandegárias de cerca de 100% à Rússia e sanções secundárias a países ou entidades que continuem a adquirir petróleo russo — uma ameaça que, no entanto, não abalou os mercados.

De acordo com o analista Fawad Razaqzada, da consultora StoneX, os investidores reagiram com prudência:

“Estão aliviados por Trump ter dado tempo suficiente a Putin para aceitar um cessar-fogo e por não ter atacado os principais compradores de petróleo russo, como a Índia e a China.”

Razaqzada acrescentou ainda que os mercados “já se habituaram às ameaças de Trump, que muitas vezes são seguidas de recuos e extensões de prazos”, levando os investidores a não levarem a sério estas declarações de imediato.

O ambiente de incerteza em torno da política comercial norte-americana continua a provocar flutuações significativas na cotação do petróleo, sobretudo após Trump ter decidido adiar até 1 de agosto o prazo para concluir as negociações com parceiros estratégicos como a União Europeia.

Apesar da instabilidade diplomática, os analistas observam um certo grau de contenção no mercado, com os investidores à espera de desenvolvimentos concretos antes de reagir de forma expressiva às ameaças políticas.

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