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Ministro dos Transportes defende atracção de capital que gere valor no novo Aeroporto Internacional António Agostinho Neto

Luanda, 9 de Julho de 2025 – O ministro dos Transportes, Ricardo de Abreu, afirmou hoje que o Governo angolano está a atrair capital privado nacional e estrangeiro para o novo Aeroporto Internacional António Agostinho Neto (AIAAN), mas advertiu que o país precisa de investimentos que criem valor em território nacional e não de “ilusões de recursos inacabáveis”.

Ministro dos Transportes defende atracção de capital que gere valor no novo Aeroporto Internacional António Agostinho Neto

A posição foi expressa durante a abertura do 2.º Fórum de Transporte e Logística, promovido pelo Jornal Expansão, sob o lema “O Novo Aeroporto como Pólo de Desenvolvimento Económico para o País”.

“Estamos hoje a atrair capital privado nacional e estrangeiro, movimento que deve continuar. Mas precisamos de capital que crie valor em território nacional. Angola já não pode viver da ilusão dos recursos inacabáveis. Os que temos devem ser potenciados com inteligência, com estratégia, com alianças sustentáveis, promovendo o crescimento e progresso de toda a economia”, afirmou.

Um novo ciclo logístico e económico

Para Ricardo de Abreu, o AIAAN representa um catalisador de um novo ciclo no transporte aéreo, na logística integrada e no posicionamento de Angola como ‘hub’ regional e intercontinental.

Situado na província de Icolo e Bengo, a mais de 40 quilómetros de Luanda, o aeroporto ocupa uma área de 30 km² e foi inaugurado em 2023. A sua construção teve início em 2013, mas sofreu uma reavaliação profunda em 2017. O custo total da infraestrutura ultrapassou os 2,5 mil milhões de euros.

O ministro sublinhou que o novo aeroporto é um instrumento estratégico de desenvolvimento nacional, reforçando que “não basta um aeroporto novo para Angola se tornar num hub” – é necessário compromisso coletivo e eficiência institucional, com destaque para o papel da Autoridade Nacional da Aviação Civil (ANAC).

TAAG deve focar-se no interesse nacional

Ricardo de Abreu apontou a TAAG – Linhas Aéreas de Angola como uma peça chave deste processo, destacando o seu papel catalisador e a necessidade de acelerar a sua transformação.

“A TAAG precisa de se focar cada vez mais na gestão operacional, nos resultados, na entrega ao cliente, garantindo segurança, diversidade de rotas e conforto. Deve, de uma vez por todas, concentrar-se no interesse coletivo do país”, defendeu.

Apelou ainda à disciplina operacional e ao respeito por padrões internacionais, advertindo que interesses individuais e resistências internas não devem travar os avanços conquistados com esforço e investimento público.

Integração logística e qualificação de quadros

O ministro lembrou que o AIAAN está integrado numa estratégia logística mais ampla, que inclui o Corredor do Lobito, o porto de Luanda e as linhas ferroviárias, conectando Angola à África Austral e Central.

Defendeu ainda a qualificação dos recursos humanos, apelando à formação de uma nova geração de profissionais da aviação, devidamente certificados e preparados para liderar a transformação do setor.

Criticou a postura dos “céticos” que, segundo disse, “duvidam das suas próprias competências” e resistem à mudança, sublinhando que a responsabilidade política do Executivo é não ceder a esses bloqueios.

“O que nos trava, muitas vezes, não são os obstáculos técnicos. São os céticos. Aqueles que têm medo do amanhã (…) e se agarram a direitos adquiridos como se o mundo pudesse parar à sua volta”, apontou.

Ricardo de Abreu concluiu lembrando que Angola já dispõe de uma das infraestruturas aeroportuárias mais modernas de África, com um ecossistema aeronáutico avançado, incluindo sistemas modernos de gestão do tráfego aéreo e ajudas à navegação.

Lusa

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