Sábado, 12 de Julho, 2025

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EUA retomam envio de armamento à Ucrânia por ordem de Trump, após suspensão temporária

O Pentágono confirmou nesta segunda-feira que vai retomar o envio de armamento para a Ucrânia, poucas horas depois de o Presidente Donald Trump anunciar publicamente a reversão da suspensão das entregas, imposta na semana passada pelo secretário da Defesa, Pete Hegseth.

“Sob a orientação do Presidente Trump, o Departamento de Defesa está a enviar armas defensivas adicionais para a Ucrânia”, anunciou o porta-voz do Pentágono, Sean Parnell, sublinhando que o objetivo é garantir que os ucranianos “se possam defender” enquanto os Estados Unidos trabalham por “uma paz duradoura e pelo fim da matança”.

Segundo Parnell, a decisão está alinhada com a política de defesa “América em Primeiro Lugar”, orientada por Trump, e respeita os critérios em vigor para avaliação das remessas militares norte-americanas.

Trump pressiona envio apesar da suspensão

Horas antes do anúncio do Pentágono, Donald Trump reconheceu que os EUA enfrentam dificuldades com as reservas de armamento, mas defendeu a necessidade de enviar “armas principalmente defensivas” à Ucrânia, expressando descontentamento com a postura do Presidente russo, Vladimir Putin.

“Estão a ser atingidos com muita, muita força”, afirmou Trump, referindo-se à Ucrânia, numa aparente mudança de tom em relação à sua habitual retórica mais cautelosa sobre apoio militar externo.

A medida representa uma reviravolta na decisão de 2 de julho, quando o secretário da Defesa, Pete Hegseth, suspendeu unilateralmente o envio de armamento a Kiev, alegando preocupações com os níveis de reservas militares norte-americanas.

A suspensão incluiu intercetores Patriot, projéteis de artilharia guiada com precisão e mísseis compatíveis com os caças F-16 — todos considerados críticos para a defesa ucraniana frente aos bombardeamentos russos.

Medida unilateral gerou críticas

Fontes do Congresso e do Departamento de Estado revelaram à NBC News que a decisão de Hegseth apanhou de surpresa os aliados europeus, diplomatas norte-americanos e a própria Ucrânia, tendo gerado forte pressão para a reversão da suspensão.

De acordo com oficiais militares citados pela imprensa, uma análise técnica interna concluiu que o envio não comprometeria a capacidade de defesa dos EUA, contrariando os argumentos iniciais usados por Hegseth.

Contexto político

Esta é a terceira vez desde o início do ano que o atual secretário da Defesa interrompe unilateralmente o apoio militar à Ucrânia, mas todas as decisões anteriores foram revertidas poucos dias depois.

Durante o governo de Joe Biden, os EUA prometeram mais de 65 mil milhões de dólares em ajuda militar à Ucrânia, enquanto a Administração Trump, desde que tomou posse em janeiro, ainda não tinha anunciado qualquer novo pacote de apoio até agora.

A reviravolta surge num contexto de pressão internacional crescente e de apelos do Congresso norte-americano para que Washington mantenha o apoio à Ucrânia, especialmente após os recentes avanços russos em Donetsk e Kharkiv.

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