Sábado, 12 de Julho, 2025

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Governo angolano anuncia criação de mais de 109 mil empregos formais no primeiro semestre de 2024

O Governo angolano anunciou hoje a criação de 109.563 empregos formais no primeiro semestre de 2024, resultado considerado “animador”, mas ainda aquém das metas desejadas, segundo o secretário de Estado para o Trabalho e Segurança Social, Pedro Filipe.

Governo angolano anuncia criação de mais de 109 mil empregos formais no primeiro semestre de 2024

Durante uma conferência de imprensa em Luanda, para apresentação do balanço semestral do Ministério da Administração Pública, Trabalho e Segurança Social (MAPTSS), o governante revelou que os postos de trabalho foram gerados maioritariamente nas áreas do comércio, serviços coletivos, indústria e construção civil.

Apesar do progresso registado, a taxa de desemprego continua elevada, fixando-se em 29%, o que preocupa as autoridades. “Estamos a fazer um trabalho consistente, considerável, os números são cada vez mais satisfatórios, mas ainda estão aquém do desejável”, afirmou Pedro Filipe. O foco, segundo sublinhou, é não apenas reduzir o desemprego, mas também formalizar os empregos informais, que ainda representam a maioria no país.

Atualmente, estima-se que 17 milhões de pessoas estão em idade ativa, das quais cinco milhões estão desempregadas. Dos 12 milhões de trabalhadores ocupados, apenas cerca de três milhões possuem empregos formais. “Temos mais de nove milhões de cidadãos com rendimentos provenientes de atividades informais, o que constitui uma preocupação”, frisou o secretário de Estado.

A província de Luanda lidera com mais de 49% dos empregos criados, seguida por Benguela, Cabinda, Huíla, Malanje e Huambo. O mês de abril foi o mais expressivo, com a criação de 20.997 empregos, seguido de fevereiro com 14.474, resultando numa média mensal de 17.722 postos de trabalho.

Pedro Filipe destacou ainda o reforço dos centros de emprego, que, graças à modernização e maior credibilidade institucional, registaram uma oferta de 35.445 vagas e uma procura de 35.190, o que demonstra o impacto crescente destas estruturas no mercado laboral.

Está também em preparação o Observatório Nacional do Emprego, que deverá iniciar as suas atividades no final de julho, com o objetivo de acompanhar de forma mais rigorosa as dinâmicas do mercado de trabalho angolano.

No campo da formação profissional, 112.610 pessoas estão matriculadas, das quais 65.130 já concluíram os cursos. No entanto, registou-se uma taxa de desistência preocupante, com 3.785 formandos a abandonarem a formação, enquanto 1.238 reprovaram e 42.457 continuam em formação.

Apesar do crescimento do emprego formal, também se registou a perda de 3.233 postos de trabalho no mesmo período, maioritariamente devido à letargia de pequenas empresas e à conjuntura económica nacional, segundo o governante. Já o diretor nacional do Trabalho, Blanche Chendovava, destacou que fatores sazonais, como nas áreas da agricultura e pesca, também influenciam nas flutuações da empregabilidade.

Lusa

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