Segunda-feira, 18 de Agosto, 2025

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João Lourenço defende investimento estratégico e parceria igualitária entre África e Estados Unidos

O Presidente da República, João Lourenço, defendeu este domingo, em Luanda, a construção de uma nova visão económica nas relações entre África e os Estados Unidos, baseada em parcerias estratégicas, com vantagens mútuas e respeito pela soberania dos países africanos.

João Lourenço defende investimento estratégico e parceria igualitária entre África e Estados Unidos

Ao discursar na abertura da 17.ª Cimeira Empresarial Estados Unidos-África, o Chefe de Estado sublinhou que África se afirma hoje como um dos motores do crescimento global, graças à sua juventude dinâmica, abundância de recursos naturais e integração económica crescente.

“Mais do que nunca, o continente africano posiciona-se como espaço privilegiado para o investimento e o crescimento económico”, afirmou João Lourenço, destacando os avanços alcançados por vários países africanos, incluindo Angola, que registou uma taxa de crescimento económico de 3,5% no primeiro trimestre deste ano.

O Presidente angolano considerou fundamental o fortalecimento da Zona de Comércio Livre Continental Africana, defendendo a criação de corredores logísticos mais eficientes, regras comuns de mobilidade de bens, capitais e pessoas, e um maior acesso a financiamento internacional para infraestruturas críticas, como estradas, portos, energia e telecomunicações.

João Lourenço apelou a uma nova postura dos investidores norte-americanos no continente, sublinhando a necessidade de diversificar o investimento para além dos sectores tradicionais do petróleo e gás. Segundo o Presidente, áreas como energias renováveis, agroindústria, minerais estratégicos para a transição energética, indústria transformadora, siderurgia, construção naval e turismo oferecem vastas oportunidades para os Estados Unidos.

“O investimento que esperamos é aquele que respeita a soberania dos nossos países, valoriza o conteúdo local, promove a transferência de conhecimento e gera empregos qualificados”, frisou.

O estadista angolano destacou ainda projetos estruturantes em curso no continente, como o Corredor do Lobito, que ligará por via-férrea o porto angolano do Lobito ao porto de Dar-Es-Salam, na Tanzânia, transformando o comércio intra-africano e intercontinental. Referiu igualmente o potencial transformador da digitalização do continente, impulsionada por uma juventude criativa e resiliente.

Ao abordar o papel dos Estados Unidos, João Lourenço lembrou que o país não esteve envolvido na colonização africana, razão pela qual pode desenvolver uma relação descomplexada com o continente, baseada na ambição, no investimento privado e na partilha de prosperidade.

“A nova dinâmica exige que abandonemos a lógica da ajuda e adoptemos a lógica da ambição e do investimento privado”, afirmou, acrescentando que o desenvolvimento de África será benéfico não apenas para o continente, mas também para os Estados Unidos e para o mundo.

O Presidente concluiu convidando os participantes da cimeira a desfrutarem da hospitalidade angolana e declarou aberta oficialmente a 17.ª Cimeira Empresarial Estados Unidos-África.

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