Sexta-feira, 18 de Julho, 2025

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Escalada de tensão: Israel bombardeia instalações nucleares no Irão e Teerão responde com mísseis hipersónicos

Israel bombardeou esta quarta-feira, 18 de Junho, vários centros de produção de centrífugas de urânio no Irão, numa acção que marca uma nova escalada no conflito entre os dois países. A ofensiva israelita teve como justificação a necessidade de travar o alegado programa nuclear militar iraniano, apesar de Teerão reiterar que o seu programa tem fins exclusivamente civis.

Em resposta, o Irão lançou uma série de mísseis balísticos hipersónicos Fattah-1 contra território israelita, atingindo infra-estruturas em Tel Aviv e Haifa, segundo informações divulgadas pela Guarda Revolucionária Iraniana na televisão estatal. As Forças Armadas de Israel activaram os sistemas de defesa e garantiram ter intercetado a maioria dos projécteis, além de terem abatido dois drones no espaço aéreo da região do Mar Morto.

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, exigiu a “rendição incondicional” do Irão e advertiu que o seu país poderá eliminar o líder supremo iraniano, aiatolá Ali Khamenei. “Sabemos exactamente onde se esconde o chamado ‘Líder Supremo’. É um alvo fácil, mas não o eliminaremos, pelo menos por enquanto”, escreveu Trump na sua rede Truth Social, alimentando suspeitas sobre um possível envolvimento directo de Washington no conflito iniciado por Israel na sexta-feira passada.

O aiatolá Khamenei reagiu com firmeza, prometendo uma resposta “sem clemência” contra Israel, a quem classificou como “regime sionista terrorista”.

A ofensiva israelita interrompeu as negociações diplomáticas em curso entre Teerão e Washington, que visavam limitar o programa nuclear iraniano em troca do alívio das sanções económicas. Os Estados Unidos negaram qualquer envolvimento no ataque inicial israelita, embora as declarações de Trump e do vice-presidente JD Vance — que admitiu “medidas adicionais” — revelem uma retórica mais agressiva por parte da Casa Branca.

Israel empregou mais de 50 aeronaves no ataque desta quarta-feira, que visou centros de produção de centrífugas em Teerão e fábricas de componentes de mísseis terra-terra. A agência iraniana Mehr divulgou imagens de explosões no céu da capital iraniana, mas até ao momento não foram oficialmente reportados números de vítimas ou danos materiais desta sexta noite consecutiva de confrontos.

Em solo iraniano, o ambiente é de alarme: filas prolongadas formaram-se junto a bombas de combustível e padarias em Teerão, face ao receio de escassez de bens essenciais. O governo iraniano confirmou, até domingo, a morte de 224 civis. Do lado israelita, o número de vítimas civis ascende a 24, segundo fontes oficiais.

O primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, incentivou o povo iraniano a manifestar-se contra o regime e afirmou que a eliminação de Khamenei poderá significar o “fim do conflito”. Contudo, líderes europeus, como o presidente francês Emmanuel Macron, advertiram que uma mudança forçada de regime em Teerão poderia conduzir ao “caos”.

Entretanto, Israel anunciou o regresso dos primeiros cidadãos bloqueados no estrangeiro desde o início do conflito. O primeiro voo, operado pela companhia aérea El Al, transportou israelitas provenientes do Chipre para Tel Aviv.

O ambiente internacional permanece tenso, enquanto a cimeira do G7 é marcada pela saída antecipada de Donald Trump para consultas com o seu Conselho de Segurança, face ao desenrolar dos acontecimentos no Médio Oriente.

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