Quinta-feira, 31 de Julho, 2025

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Conferência de Energia CPLP começa hoje no Estoril visando ser bloco “relevante” no setor

A II Conferência de Energia da CPLP começa hoje, no Centro de Congressos do Estoril, reunindo governantes, financiadores, empresários e especialistas do setor de energia, para debater formas da organização ser um bloco “relevante” nas políticas energéticas globais.

Conferência de Energia CPLP começa hoje no Estoril visando ser bloco "relevante" no setor

A primeira conferência tinha acontecido há dez anos, em Timor-Leste.

A conferência começa um dia depois da III Reunião de ministros da Energia, na qual foi salientada a necessidade de um reforço da cooperação na área da energia entre os nove Estados-membros da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP).

Segundo aquela organização, a II Conferência de Energia, além de ser “um momento de partilha dos últimos desenvolvimentos e projetos âncora das transições energéticas de cada Estado-Membro”, pretende “promover novas parcerias e oportunidades de investimento e financiamento”, decorrendo sob o lema “Impulsionando uma Transição Energética Resiliente, Sustentável e Inclusiva para a CPLP”.

Promovida pelo Governo de São Tomé e Príncipe, que detém a presidência em exercício da CPLP, a conferência será coordenada pela Associação Lusófona de Energias Renováveis (ALER) e pela Associação de Reguladores de Energia dos Países de Língua Oficial Portuguesa (RELOP), e conta com o apoio do Ministério do Ambiente e Energia de Portugal.

Além de ministros e outros representantes de Estados-membros da CPLP, a conferência conta com a participação de representantes da COP 30 e da Missão 300, sendo esta um dos maiores veículos de financiamento de projetos para o setor nos próximos anos, entre outros intervenientes no setor.

A presidente da ALER defende que a CPLP deve “atuar como um bloco estratégico” e afirmar-se como “uma alternativa” em termos energéticos no mundo, visão que deve estar nos trabalhos da conferência que decorrerá até quarta-feira.

Em declarações à Lusa, na semana passada, Mayra Pereira afirmou que o momento atual é único para a comunidade lusófona aproveitar as suas vantagens e reforçar a cooperação e parcerias entre os Estados-membros e empresários no setor da energia, num caminho para a transição energética, e “atuar como um bloco estratégico” em cimeiras e fóruns internacionais.

Este propósito exige diplomacia económica, alianças temáticas e “uma narrativa comum, que traduza as (…) prioridades em propostas concretas”, e permitirá à CPLP posicionar-se “como uma das alternativas” no mundo em termos energéticos, afirmou.

“Temos uma grande vantagem. África é definitivamente um continente que temos de olhar como uma oportunidade, e a maioria dos países da CPLP está em África”, frisou, além de que “o Brasil está inserido como um dos maiores ‘players’ do G20 e com um posicionamento estratégico que poderá abrir grandes portas”.

Por outro lado, este é o ano da COP 30, no Brasil, falada em português, e Angola tem a presidência da União Africana, a maior organização regional, além de que “saiu um ‘player’ financeiro de África”, numa alusão indireta aos Estados Unidos, com a nova política de Donald Trump, e “podem entrar novos”.

“Neste momento, existe um potencial para os países CPLP se juntarem, para fazerem uma atração de financiamento em conjunto” e assumirem “definitivamente uma posição mais unificada quando vão para fóruns internacionais”, insistiu.

Ao nível empresarial, a presidente da ALER vê no espaço da CPLP “um enorme potencial para ‘joint ventures’ [parcerias], consórcios, missões empresariais conjuntas, e investimentos em projetos de energias renováveis nos países irmãos da CPLP em que se transferissem competências”.

No evento serão debatidas políticas públicas para a transição energética, planeamento energético, diversificação de combustíveis, sistemas elétricos do futuro, descarbonização e economia verde, compactos de energia, financiamento e investimentos no setor, refere a CPLP numa nota.

Lusa

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