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Sequestro de médico búlgaro em Luanda pode ter sido facilitado por ex-funcionário da padaria da família

Luanda, 20 de Maio de 2025 – O sequestro do cirurgião búlgaro Stoyan Stoyanov, ocorrido na madrugada de 15 de Maio no bairro do Benfica, em Luanda, pode ter contado com o envolvimento de um antigo trabalhador da padaria da família da vítima. A informação foi revelada pela esposa do médico, que reconheceu um dos assaltantes como sendo um ex-padeiro que trabalhou com o casal há três anos.

O episódio, descrito pelo próprio Stoyanov como “um filme de terror”, começou quando cinco homens armados invadiram a residência da família, situada na zona do Kifica, ameaçando com uma pistola a filha do casal. Depois de arrombarem os portões, os criminosos subiram ao andar superior da casa, onde o médico e a esposa dormiam, e iniciaram um violento assalto que culminou no seu sequestro.

“Podia ter sido só um assalto, mas decidiram levar-me. Tenho três cirurgias programadas, e em vez de salvar vidas, fui levado e preso durante 24 horas”, relatou o médico.

Stoyanov, de 76 anos, foi levado para uma residência no bairro dos Molengos, onde permaneceu amarrado e amordaçado com fita adesiva, numa divisão com música alta para disfarçar qualquer ruído. Durante o cativeiro, os criminosos realizaram diversas operações bancárias utilizando os cartões multicaixa e o telemóvel da vítima, o que resultou em prejuízos financeiros significativos.

Segundo o relato da esposa, as agressões físicas e psicológicas sofridas por ambos foram intensas, e a identificação do suposto cúmplice interno foi essencial para a rápida resposta das autoridades. Em menos de 24 horas, o Serviço de Investigação Criminal (SIC) organizou uma operação de resgate que culminou com a libertação do médico e a morte de quatro dos cinco sequestradores, após confronto armado.

“Todo o bairro foi cercado. Ninguém entrava, ninguém saía”, relatou uma testemunha próxima da operação.

O caso está agora a ser investigado pelas autoridades, que procuram estabelecer as motivações do crime e eventuais ligações com outras redes de assaltos e sequestros na capital. O principal suspeito identificado, o ex-trabalhador da padaria, está sob custódia policial.

O médico, que exerce funções numa das clínicas privadas mais conceituadas de Luanda, encontra-se de regresso a casa e em recuperação física e emocional após o trauma.

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