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África precisa de mais de 8,3 biliões de dólares para concretizar Agenda 2063, afirma AUDA-NEPAD

Luanda, 15 de Maio de 2025 – A União Africana, através da sua agência de desenvolvimento AUDA-NEPAD, estima que o continente africano precisará de mais de 8,3 biliões de dólares norte-americanos para concretizar os objectivos estruturais da Agenda 2063, a ambiciosa visão de transformação socioeconómica do continente. A revelação foi feita durante uma reunião estratégica em Luanda, convocada pelo Presidente de Angola e da União Africana, João Lourenço.

A sessão contou com a presença da Aliança das Instituições Financeiras Multilaterais Africanas (AAMFI), reunindo líderes políticos, representantes de bancos africanos e decisores financeiros num esforço conjunto para acelerar o financiamento de infraestruturas e o desenvolvimento económico em África.

Uma aliança inédita para um desafio colossal

A AUDA-NEPAD, entidade mandatada para operacionalizar o Fundo de Desenvolvimento da Agenda 2063, destacou que os 55 Estados-membros da União Africana já mobilizaram cerca de 5 biliões de dólares, restando ainda 3,3 biliões por angariar. Para cobrir esta lacuna, será necessário um esforço anual de 300 mil milhões de dólares nos próximos dez anos.

“É a primeira vez que temos três ingredientes na mesma mesa: instituições financeiras, Estados africanos e a liderança política da União Africana, trabalhando juntos para transformar o continente”, destacou a Presidente da AUDA-NEPAD, Nardos Bekele-Thomas.

A parceria entre AUDA-NEPAD e AAMFI visa não só mobilizar recursos financeiros internos, mas também desenvolver mecanismos complementares de financiamento, que incluam o setor privado e promovam o investimento africano em soluções africanas.

Liderança angolana na mobilização continental

O Presidente João Lourenço foi amplamente elogiado pela iniciativa e liderança ao promover este diálogo estratégico em Luanda. Segundo os representantes das instituições presentes, trata-se de uma “oportunidade singular” para criar consensos financeiros e implementar soluções sustentáveis no financiamento de infraestruturas.

“A ausência ou fragilidade das infra-estruturas constitui um dos maiores obstáculos ao progresso em África”, já havia advertido João Lourenço numa intervenção anterior.

A reunião reforçou também o compromisso de Angola em acolher, em Outubro deste ano, a III Cimeira sobre Financiamento de Infraestruturas em África, que reunirá parceiros internacionais, bancos multilaterais e governos para identificar projectos estruturantes com impacto no desenvolvimento regional.

África a tomar posse do seu futuro

A sessão terminou com um apelo à autonomia africana na definição e financiamento das suas prioridades, marcando uma nova fase na abordagem estratégica da União Africana em matéria de desenvolvimento. Os participantes sublinharam que o momento é de afirmação e de acção, com foco na mobilização de recursos internos e no reforço da colaboração entre Estados e instituições financeiras africanas.

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