O mundo católico volta os olhos para o Vaticano, onde decorre o conclave que irá eleger o novo Papa. O primeiro sinal de fumo — branco ou negro — está previsto para surgir na Capela Sistina a partir das 19h00 de quarta-feira, indicando se já há um consenso entre os cardeais eleitores ou se as votações prosseguirão nos dias seguintes.

Nesta eleição histórica, participam 117 cardeais com menos de 80 anos, com direito a voto, representando os cinco continentes. Entre eles, destacam-se 18 cardeais africanos, cuja presença crescente reflete a importância cada vez maior do continente africano na Igreja Católica, especialmente pela sua vitalidade pastoral e aumento significativo de fiéis.
Entre os africanos presentes no conclave, há alguns nomes que vêm sendo apontados como potenciais papáveis:
- Cardeal Peter Turkson (Gana): com 75 anos, é um dos mais citados há mais de uma década. Já liderou o Dicastério para o Desenvolvimento Humano Integral e tem sido uma voz influente em temas como justiça social, meio ambiente e paz.
- Cardeal Fridolin Ambongo Besungu (RDC): arcebispo de Kinshasa, com 64 anos, é considerado uma das figuras mais carismáticas da nova geração episcopal africana. Defensor dos direitos humanos e crítico da exploração desordenada dos recursos naturais no continente, é visto como uma figura progressista em questões sociais.
- Cardeal Dieudonné Nzapalainga (República Centro-Africana): com apenas 56 anos, é o mais jovem dos cardeais africanos e ganhou notoriedade pelo seu papel na mediação de conflitos inter-religiosos no seu país. Representa uma visão de diálogo e reconciliação que muitos consideram necessária no mundo atual.
Embora as possibilidades reais de um Papa africano ainda sejam vistas com alguma reserva por setores mais conservadores da Cúria Romana, o peso e a influência crescente da Igreja no continente tornam a eleição de um pontífice africano cada vez mais plausível.
A eleição decorre sob total sigilo, com os cardeais reunidos a portas fechadas na Capela Sistina, sob juramento de confidencialidade. O nome do novo Papa será conhecido assim que surgir o fumo branco, seguido do tradicional anúncio “Habemus Papam” feito da varanda da Basílica de São Pedro.
A escolha do novo líder espiritual da Igreja Católica surge num momento de grandes desafios para o Vaticano, incluindo a necessidade de renovar a credibilidade institucional, lidar com tensões internas, e adaptar a missão da Igreja aos problemas sociais e culturais do século XXI.