Os preços do petróleo registaram uma queda significativa esta segunda-feira, 5 de Maio, após o anúncio da Organização dos Países Exportadores de Petróleo e seus aliados (OPEP+) de que irão acelerar o aumento da sua produção nos próximos meses.
O barril de Brent do Mar do Norte, de referência para exportações angolanas, com entrega prevista para Julho, desvalorizou 1,73%, fixando-se nos 60,23 dólares. Já o West Texas Intermediate (WTI), referência norte-americana com entrega em Junho, caiu 1,99%, situando-se nos 57,13 dólares.
Segundo o comunicado divulgado no sábado, a Arábia Saudita, a Rússia e outros seis países membros da OPEP+ planeiam extrair 411 mil barris de petróleo por dia em Junho — o mesmo volume que em Maio — superando largamente o plano inicial que previa um acréscimo de apenas 137 mil barris.
A expectativa da entrada de mais petróleo no mercado levou os operadores a anteciparem-se, promovendo uma desaceleração nas negociações ainda antes do anúncio oficial. “Há sempre um certo cepticismo até que a OPEP+ oficialize as suas decisões. Muitos pensaram que os rumores antes da reunião seriam apenas um teste para medir a reacção do mercado”, explicou Andy Lipow, analista da consultora Lipow Oil Associates, à agência AFP.
Para Lipow, a leitura dominante do mercado neste momento é de que a oferta disponível é suficiente para satisfazer a procura global. No entanto, ainda permanece a incerteza quanto ao real impacto das tarifas alfandegárias, principalmente nos Estados Unidos.
“O mais importante agora é avaliar como estas tarifas vão afectar o consumidor americano e a indústria manufactureira global. Uma eventual desaceleração económica poderá reduzir ainda mais a procura por petróleo”, concluiu.