Nova Iorque/Londres, 30 de Abril de 2025 – Os preços do petróleo registaram esta quarta-feira uma queda acentuada, impulsionada por dados económicos desanimadores nos Estados Unidos e pela expectativa de um possível aumento da produção por parte da Opep+, o que elevou os receios em torno do equilíbrio entre oferta e procura no mercado global.
O barril do Brent, referência internacional, caiu 1,76%, sendo negociado a 63,12 dólares para entrega em junho. Já o West Texas Intermediate (WTI), referência norte-americana, recuou expressivos 3,66%, fechando a 58,21 dólares — o valor mais baixo desde 2021.
“Os dados económicos americanos desta manhã não ajudaram os preços. O mercado de petróleo bruto foi particularmente afetado”, resumiu John Kilduff, analista da Again Capital. A divulgação do PIB dos EUA no primeiro trimestre, o primeiro sob a nova administração Trump, despertou preocupação entre investidores quanto ao ritmo da recuperação económica e à potencial retração da procura energética.
As recentes políticas protecionistas do presidente Donald Trump, com o reforço de tarifas sobre importações, também alimentam um clima de incerteza no comércio internacional. “As perspectivas económicas vinculadas a esses direitos aduaneiros começam a se materializar e são muito prejudiciais”, acrescentou Kilduff.
Do lado da oferta, os analistas observam com apreensão os próximos passos da Opep+. Arne Lohmann Rasmussen, da Global Risk Management, alertou para o risco de um aumento acima do esperado na produção de petróleo por parte do grupo. A Opep+ deverá divulgar a sua nova estratégia de produção para o mês de junho na reunião agendada para 5 de maio.
Combinados, estes fatores reforçam a pressão sobre os preços do petróleo e acendem alertas sobre a estabilidade do mercado energético global nas próximas semanas.
