Segunda-feira, 12 de Maio, 2025

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Trump autoriza mineração em larga escala no fundo do oceano, desafiando entidade da ONU

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, assinou esta quinta-feira (24) uma ordem executiva que autoriza a exploração e extração de minerais em larga escala no fundo do oceano, inclusive em águas internacionais. A medida levanta sérias preocupações ambientais e desafia diretamente a Autoridade Internacional dos Fundos Marinhos (AIFM), entidade vinculada às Nações Unidas.

Trump autoriza mineração em larga escala no fundo do oceano, desafiando entidade da ONU

O decreto instrui os secretários de Comércio e do Interior a acelerarem a análise e concessão de licenças para atividades mineiras tanto em águas sob jurisdição dos EUA quanto em áreas internacionais. A iniciativa pretende colocar os Estados Unidos na dianteira global da mineração em águas profundas, à frente de países como a China.

Embora os EUA não sejam signatários da convenção que dá legitimidade à AIFM, o governo Trump argumenta que poderá obter bilhões de toneladas de recursos minerais nos próximos dez anos. Entre os principais alvos da mineração estão os nódulos polimetálicos, ricos em manganês, níquel, cobalto, cobre e terras raras — essenciais para a produção de baterias, dispositivos eletrónicos e painéis solares.

A administração norte-americana estima que o setor possa gerar 100 mil empregos e aumentar o PIB em até 300 mil milhões de dólares. Entretanto, organizações ambientais, como a Ocean Conservancy e o Centro para a Diversidade Biológica, alertam para os riscos de degradação de ecossistemas marinhos ainda pouco conhecidos.

“A administração Trump está a abrir caminho para uma corrida global à mineração em águas profundas, com impactos potencialmente catastróficos para os oceanos”, alertou Jeff Watters, da Ocean Conservancy.

Apesar de ainda não existirem operações comerciais ativas no fundo do mar, países como o Japão e as Ilhas Cook já autorizaram atividades exploratórias nas suas zonas económicas exclusivas. Já a empresa canadiana The Metals Company (TMC) pretende iniciar operações à margem da AIFM com o apoio legal dos EUA.

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