Sexta-feira, 18 de Abril, 2025

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Mulher arrastada pelas chuvas continua desaparecida há 10 dias em Luanda

Uma mulher, mãe de dois filhos, permanece desaparecida há 10 dias depois de ser arrastada pelas fortes correntezas provocadas pelas chuvas que caíram sobre Luanda. O incidente ocorreu a poucos metros da residência da vítima, no início de uma semana laboral que, para a família, parecia ser como qualquer outra.

Descrita como alegre, sonhadora e cheia de entusiasmo pela vida, a jovem trabalhava perto de casa e, segundo familiares, ainda esteve no serviço naquela segunda-feira fatídica. No entanto, as chuvas intensas acabaram por destruir parte da estrutura da casa, abrindo uma passagem direta para uma vala de escoamento pluvial.

O casal foi surpreendido pela força das águas. O marido conseguiu salvar-se, mas a mulher foi arrastada pela corrente. Emocionado, o viúvo relatou os momentos angustiantes antes do desaparecimento, lembrando que a companheira o alertou sobre a presença de água a infiltrar-se por baixo do quarto. “Ela me chamou, estava com o telefone na mão a tentar iluminar, e de repente fomos ambos arrastados”, contou.

Vídeos feitos por moradores mostram o momento em que a mulher era levada pelas águas, enquanto alguns jovens locais tentavam, sem sucesso, resgatá-la. Apesar dos esforços do Serviço de Proteção Civil e Bombeiros, que trabalhou no local durante três dias, o corpo ainda não foi localizado. A família continua a manter a esperança de que um milagre aconteça.

“Estamos tristes com tudo isso. Só pedimos que o corpo apareça”, lamentou um dos familiares, enquanto apelava por ajuda às autoridades para mobilizar máquinas pesadas que possam remover os escombros na vala.

A comunidade, visivelmente abalada, denuncia o perigo constante representado pela vala, que já fez várias vítimas ao longo dos anos. Os estragos provocados pelas inundações são visíveis: móveis destruídos, casas invadidas pela água e até tubos de distribuição de água potável arrastados para dentro da vala, colocando em risco a saúde pública.

“Estamos aqui apenas pela graça de Deus. Todo ano, passa corpo nesta vala. É urgente uma intervenção das autoridades”, alertou um morador.

A família da vítima havia migrado para Luanda há cerca de quatro anos, em busca de melhores condições de vida. Agora, enfrentam o luto e a incerteza num cenário de destruição e dor.

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