A República do Botsuana está a viver um momento marcante na sua história democrática, com a transição do sistema de registo eleitoral manual para um modelo totalmente electrónico. Esta mudança, que visa reforçar a transparência e a fiabilidade dos processos eleitorais, poderá tornar-se num marco estratégico para a consolidação da democracia no país e na região da África Austral.
Para garantir o sucesso desta transição, uma delegação da Comissão Eleitoral Independente do Botsuana encontra-se em Luanda para uma visita de trabalho de três dias, com o objectivo de colher experiências junto da Comissão Nacional Eleitoral (CNE) de Angola, reconhecida pela sua competência na implementação de tecnologias aplicadas aos processos eleitorais.
Durante o encontro realizado esta segunda-feira com o Presidente da CNE, Manuel Pereira da Silva, os representantes da comissão botsuanesa manifestaram o desejo de compreender os factores que estiveram na base do êxito angolano, nomeadamente na implementação do registo biométrico, gestão de bases de dados eleitorais, mapeamento de assembleias e mesas de voto, e mecanismos de backup e segurança dos sistemas.
“Esperamos aprender com a SENA (Secretaria Executiva Nacional da Administração Eleitoral) em Angola para saber como conseguiram êxitos nesta área. O vosso desempenho poderá ajudar-nos a melhorar o nosso próprio processo de modernização”, afirmou um dos membros da delegação visitante.
Esta é a segunda vez que um país da região da SADC (Comunidade de Desenvolvimento da África Austral) procura apoio técnico e partilha de boas práticas com Angola, depois da Namíbia. A visita sublinha o papel crescente de Angola como referência regional no uso de tecnologia para garantir eleições mais inclusivas, credíveis e transparentes.
“Estamos convictos de que o reforço dos laços entre as comissões eleitorais dos nossos países representa um passo decisivo para a consolidação de processos eleitorais tecnologicamente robustos em toda a região”, destacou ainda a delegação botsuanesa.
A agenda da visita contempla sessões de trabalho técnico, visitas às instalações da CNE e encontros com os responsáveis pela operacionalização do sistema de gestão eleitoral em Angola.
