Um grupo de mais de 300 médicos angolanos parte esta quinta-feira para um estágio internacional nos Brasil, Portugal e Cuba, no âmbito do Programa Emergencial de Formação de Quadros do Ministério da Saúde. O estágio, com duração de seis meses, visa reforçar a qualificação dos profissionais nas especialidades de Medicina Geral e Familiar, uma área essencial para a melhoria dos cuidados primários de saúde no país.
A iniciativa surge num contexto de desafios epidemiológicos, incluindo o recente surto de cólera, que tem exigido uma resposta multissetorial do Governo para conter a propagação da doença. O fortalecimento do capital humano na saúde é visto como uma das principais estratégias para garantir uma assistência médica mais eficiente à população.
Para os médicos que integram o programa, esta é uma oportunidade única de especialização. Georgina, uma das finalistas, descreveu a experiência como “um sonho”, destacando que o estágio permitirá concluir a especialidade a que se dedicou. Já Lucas Maká, outro participante, sublinhou o papel essencial destes profissionais na prevenção e promoção da saúde, reforçando que a atenção primária vai além do diagnóstico de sintomas, abrangendo o contexto social e familiar do paciente.
O Ministério da Saúde destacou que a formação médica é uma prioridade estratégica para Angola, especialmente com a expansão da rede hospitalar. Além disso, recordou que, nos últimos anos, o país realizou os três maiores concursos públicos da história do setor, permitindo a admissão de 46.604 novos profissionais da saúde, um aumento de 43,6% da força de trabalho.
No discurso dirigido aos médicos, o Governo angolano enfatizou que este estágio será uma experiência “transformadora”, que proporcionará novos conhecimentos e aperfeiçoamento técnico. No entanto, reforçou também a importância do regresso ao país, para que os profissionais possam aplicar as competências adquiridas e contribuir para a melhoria do sistema de saúde nacional.
