Sexta-feira, 14 de Março, 2025

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Exército do Sudão quebra cerco de grupo paramilitar à cidade de Obeid

O exército do Sudão anunciou ter rompido o cerco à cidade de Obeid, imposto pelo grupo paramilitar Forças de Apoio Rápido do Sudão (RSF, na sigla em inglês) há mais de um ano.

Exército do Sudão quebra cerco de grupo paramilitar à cidade de Obeid

Num comunicado, os militares sublinharam que o fim do cerco restaura o acesso a uma área estratégica na região centro-sul e reforça rotas cruciais de abastecimento.

O porta-voz do exército, general Nabil Abdullah, disse que os militares também expulsaram as RSF do último bastião na província do Nilo Branco (sul), noutro revés para o grupo paramilitar.

Abdullah disse que as tropas conseguiram reabrir a estrada para Obeid e quebrar o cerco da RSF à capital da província de Kordofan do Norte, que alberga uma ampla base aérea e a 5ª Divisão de Infantaria militar, conhecida como Haganah.

Uma base para comércio e transportes, Obeid é servida por uma linha de caminhos-de-ferro que liga Cartum a Nyala, a capital da província do Darfur do Sul.

O ministro das Finanças, Jibril Ibrahim, saudou o avanço em Obeid como um “grande passo” para levantar o cerco da RSF a el-Fasher, a capital da província de Darfur do Norte, bem como para entregar ajuda humanitária à área de Kordofan.

As RSF têm vindo a perder território para o exército, especialmente nos dois estados de Cartum e Al Jazira, no Nilo Branco, e no Cordofão do Norte, a oeste, adjacente à região de Darfur, onde os paramilitares detêm a maior parte da área.

O anúncio do fim do cerco a Obeid surgiu um dia depois das RSF e outros 23 grupos político-militares terem assinado na capital do Quénia, Nariobi, um acordo para formar um governo paralelo no Sudão.

Na carta política da chamada Aliança Fundadora do Sudão, os grupos paramilitares e políticos acordam princípios e fundamentos para a construção de um “novo Sudão”, que seja “um Estado secular” e “democrático”, baseado num “princípio de unidade voluntária” e “descentralizado”, abrindo caminho à “autodeterminação” dessas zonas.

A assinatura deste acordo teve lugar no sábado à noite na capital queniana, após meses de conversações entre as partes envolvidas.

Na carta, os grupos afirmam querer que o novo governo nas zonas controladas pelos paramilitares, como o Darfur ocidental e partes do Kordofan, se baseie na “liberdade, igualdade e justiça” e no “respeito pela diversidade”.

O novo governo deverá ser baseado na “liberdade, na igualdade e na justiça” e no “respeito pela diversidade”.

Tudo isto, segundo os participantes, será efetuado sob um “governo de unidade, de paz e de estabilidade duradoura”, mas com a possibilidade de ser concedido ao povo sudanês o direito à “autodeterminação”.

A guerra no Sudão causou até agora dezenas de milhares de mortes e obrigou cerca de 12 milhões de pessoas a fugir das suas casas, mais de 3 milhões das quais para outros países, o que faz do país o cenário da pior crise de deslocações do mundo, segundo a ONU.

Lusa

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