Os preços internacionais do petróleo registaram uma queda acentuada esta quarta-feira (5), refletindo a incerteza dos investidores sobre a evolução da guerra comercial entre os Estados Unidos e a China. Além disso, os dados sobre as reservas de petróleo dos EUA, que cresceram acima do esperado, contribuíram para a desvalorização.
Em Londres, o barril de Brent para entrega em abril caiu 2,09%, fixando-se em 74,61 dólares. Já em Nova Iorque, o West Texas Intermediate (WTI) para março recuou 2,30%, sendo negociado a 71,03 dólares.
“Há muita volatilidade e incerteza quanto às relações entre Estados Unidos e China, e isso tem um peso sobre o mercado”, afirmou Stephen Schork, da consultoria The Schork Group, à AFP.
Na terça-feira, a China anunciou represálias às tarifas adicionais de 10% impostas pelos EUA sobre todas as suas exportações. Em resposta, Pequim aumentou as tarifas sobre carvão, gás natural liquefeito e petróleo americanos, alimentando receios de uma redução na procura global da commodity. A China é o maior importador mundial de petróleo, enquanto os EUA lideram a produção e o consumo.
Além das tensões comerciais, o mercado também foi impactado pelo relatório da Administração de Informação Energética dos EUA (EIA), que revelou um aumento inesperado nas reservas americanas de petróleo. Na semana encerrada a 31 de janeiro, as reservas comerciais subiram 8,7 milhões de barris, muito acima da projeção de 1,9 milhão feita por analistas.
Outro fator que pressionou os preços foi a decisão da Organização dos Países Exportadores de Petróleo e seus aliados (Opep+), anunciada na segunda-feira. O grupo manteve o cronograma de aumento da produção, indicando que mais barris voltarão ao mercado a partir de abril.
AFP