A Resistência Nacional Moçambicana (Renamo), principal força da oposição, disse hoje esperar que o Conselho Constitucional (CC) proclame o partido e o seu líder como vencedores do escrutínio de 09 de outubro, assegurando que recebeu “voto rural”.
“A nossa expetativa é de que tudo venha a favor da Renamo. Se a Renamo não está na primeira posição, então pode ela estar na segunda posição, tendo em conta o voto rural”, disse o presidente do Conselho Jurisdicional do partido, Arnaldo Chalaua, em conferência de imprensa em Maputo, referindo que o resultado do partido contraria o que foi anunciado pela Comissão Nacional de Eleições (CNE).
O responsável assegurou que o partido interpôs vários recursos junto ao CC de contenciosos eleitorais, referindo que os dados apresentados aos órgãos de justiça “dão alguma certeza e confiança” de que será reposta a “verdade eleitoral”.
“Esta é a nossa maior expetativa de que o CC respeite a vontade popular. Dar razão ao povo significa fazer a verificação definitiva do que foi o processo”, afirmou Chalaua, pedindo ao Constitucional um “trabalho minucioso” no julgamento dos processos “dentro do respeito da normalidade”.
“Na última hipótese, era bom que o CC, vendo que as eleições foram fraudulentas, que fossem anuladas. Não podemos brincar de eleições”, apelou, assegurando que o partido fez uma contagem paralela do processo e tem em sua posse dados que confirmam a sua vitória.
A CNE moçambicana anunciou em 24 de outubro a vitória de Daniel Chapo (Frelimo) na eleição a Presidente da República, com 70,67% dos votos, resultados que ainda carecem da validação do Conselho Constitucional, mas que não são reconhecidos por nenhum dos restantes três candidatos, entre acusações de fraude eleitoral.
Venâncio Mondlane, ex-deputado da Renamo e apoiado pelo Partido Optimista para o Desenvolvimento de Moçambique (Podemos, extraparlamentar), ficou em segundo lugar, com 20,32%, totalizando 1.412.517 votos, seguindo-se Ossufo Momade, com 403.591 votos (5,81%), e Lutero Simango, presidente do Movimento Democrático de Moçambique (MDM, terceiro partido parlamentar), com 223.066 votos (3,21%).
Já para as legislativas, segundo a CNE, venceu a Frelimo, garantindo mais 11 deputados, para um total de 195 mandatos, seguida do Podemos, que elegeu 31 deputados.
De acordo com os resultados anunciados pela CNE, a Renamo, até agora maior partido da oposição, caiu de 60 para 20 deputados, e o MDM manteve a representação parlamentar, mas viu o total de deputados cair de seis para quatro.
Lusa