Domingo, 8 de Dezembro, 2024

O seu direito à informação, sem compromissos

Search
Close this search box.

Pesquisar

EUA não veem indícios de que Rússia vá usar armamento nuclear no conflito na Ucrânia

Os Estados Unidos indicaram hoje não ter qualquer indicação de que a Rússia esteja a preparar-se para usar armas nucleares dentro da Ucrânia, reiterando que a atualização da doutrina nuclear russa faz parte de uma “retórica irresponsável”.

EUA não veem indícios de que Rússia vá usar armamento nuclear no conflito na Ucrânia

“Não estamos surpreendidos com a atualização da doutrina nuclear da Rússia. É algo que nas últimas semanas eles têm indicado que pretendem fazer. É a mesma retórica irresponsável que francamente vimos antes nos últimos dois anos”, disse a vice-porta-voz do Pentágono, Sabrina Singh.

A representante do Departamento de Defesa sublinhou que embora os Estados Unidos tencionem monitorizar as atividades russas, não têm “nenhuma indicação de que a Rússia esteja a preparar-se para usar uma arma nuclear dentro da Ucrânia” e que não acreditam que qualquer mudança na postura nuclear deva ser feita nos EUA.

O Presidente russo, Vladimir Putin, assinou hoje o decreto que alarga a possibilidade de utilização de armas nucleares, depois de os Estados Unidos terem autorizado Kiev a atacar solo russo com mísseis de longo alcance fornecidos por Washington.

A Casa Branca condenou hoje a “retórica irresponsável” da Rússia após a revisão da sua doutrina nuclear alargando a possibilidade de utilização de armas atómicas, mas insistiu que tal não exige uma revisão da doutrina norte-americana.

“Esta é mais uma demonstração da retórica irresponsável que a Rússia tem demonstrado nos últimos dois anos”, disse um porta-voz do Conselho de Segurança Nacional norte-americano à agência noticiosa francesa AFP.

“Não ficámos surpreendidos” com o anúncio de que a Rússia iria adaptar a sua doutrina nuclear, sublinhou o porta-voz, considerando que Moscovo “tem vindo a assinalar a sua intenção de o fazer” há várias semanas.

“Como não vimos qualquer alteração na postura nuclear da Rússia, não vemos qualquer razão para ajustar a nossa própria postura ou doutrina nuclear em resposta às declarações de hoje da Rússia”, acrescentou o porta-voz.

Washington autorizou Kiev a utilizar os seus mísseis de longo alcance para atingir alvos na Rússia, que já foram utilizados num ataque noturno, o primeiro em mil dias de invasão russa.

A Casa Branca afirmou que a decisão dos Estados Unidos foi tomada em resposta ao envio de tropas norte-coreanas para combaterem ao lado da Rússia contra a Ucrânia, que o porta-voz descreveu como uma “escalada significativa”.

“Avisámos que os Estados Unidos iriam responder. Não vou entrar em pormenores sobre essa resposta hoje”, continuou.

O “documento de planeamento estratégico” assinado pelo Presidente russo inclui a “posição oficial sobre a dissuasão nuclear”, “define os perigos e ameaças militares contra os quais se pode atuar com dissuasão nuclear” e garante uma resposta à “agressão” de “um potencial inimigo”, quer contra a Rússia, quer “contra os seus aliados”.

Putin já havia advertido, no final de setembro, que a Rússia poderia usar armas nucleares no caso de um “lançamento massivo” de ataques aéreos contra o país e que qualquer ataque realizado por um país não nuclear, como a Ucrânia, mas apoiado por uma potência com armas atómicas, como os Estados Unidos, poderia ser considerado uma agressão “conjunta”, exigindo potencialmente o uso de armas nucleares.

×
×

Cart