A Rússia está atualmente a criar novas brigadas e a aumentar significativamente o seu número de tropas para atingir os seus objetivos na guerra contra a Ucrânia, alertou hoje o ministro da Defesa ucraniano, Rustem Umerov.
“Estão a criar novas brigadas. Antes de 01 de junho, alcançaram metade do que tinham estabelecido como objetivo”, frisou Umerov, citado pela agência ucraniana Ukrinform, numa conferência de imprensa realizada em Kiev.
O ministro da Defesa ucraniano referiu ainda a incorporação de soldados norte-coreanos e soldados não regulares de outros países nas tropas russas que combatem a Ucrânia.
“Utilizam muitas pessoas de África e da Ásia como mercenários. Agora usam a Coreia do Norte. Isto significa que têm problemas, mas não param. Continuam a crescer”, acrescentou Umerov.
O ministro ucraniano destacou ainda que a Ucrânia está atualmente a reforçar o seu exército para combater estes movimentos russos e declarou que as prioridades de Kiev são “operações de defesa e estabilização”.
A Rússia invadiu a Ucrânia a 24 de fevereiro de 2022, com o argumento de proteger as minorias separatistas pró-russas no leste e “desnazificar” o país vizinho, independente desde 1991 – após o desmoronamento da União Soviética – e que tem vindo a afastar-se da esfera de influência de Moscovo e a aproximar-se da Europa e do Ocidente.
A guerra na Ucrânia já provocou dezenas de milhares de mortos de ambos os lados, e os últimos meses foram marcados por ataques aéreos em grande escala da Rússia contra cidades e infraestruturas ucranianas, ao passo que as forças de Kiev têm visado alvos em território russo próximos da fronteira e na península da Crimeia, ilegalmente anexada em 2014.
No terceiro ano de guerra, as Forças Armadas ucranianas confrontaram-se com falta de soldados e de armamento e munições, apesar das reiteradas promessas de ajuda dos aliados ocidentais, que começaram entretanto a concretizar-se.
As tropas russas, mais numerosas e mais bem equipadas, prosseguem o seu avanço na frente oriental, apesar da ofensiva ucraniana na Rússia, na região de Kursk.
As negociações entre as duas partes estão completamente bloqueadas desde a primavera de 2022, com Moscovo a continuar a exigir que a Ucrânia aceite a anexação de uma parte do seu território.
Lusa