As mais recentes tecnologias têm proporcionado à polícia fiscal aduaneira marítima e às forças de guarda fronteiriça uma maior eficácia no combate ao contrabando de combustível em Angola.
Nas últimas três semanas, a intensificação das ações de repressão ao contrabando de combustível resultou numa diminuição de 27% nas quantidades de combustível apreendidas. As operações realizadas pela Polícia Nacional levaram à apreensão de 588.000 litros de combustível e de vários meios utilizados pelos contrabandistas. Foram ainda detidos 12 cidadãos, na sua maioria nas fronteiras com a República Democrática do Congo e a República da Namíbia. Esses detidos encontram-se sob investigação, dado que o contrabando de combustível é considerado um crime altamente organizado, com várias ramificações.
Os detidos foram entregues ao Ministério Público, que dará seguimento à investigação, na esperança de capturar os principais responsáveis. Os indivíduos detidos foram encontrados na posse dos meios apreendidos, sendo na sua maioria cidadãos angolanos e congoleses.
A ação da polícia incidiu, sobretudo, nas regiões fronteiriças das províncias de Cabinda (localidades de Massabi e Yema), Zaire (Luvo, Nzeto e canais fluviais afluentes do rio Zaire, no Soyo), e Lunda Norte (localidades de Chitato, Cambulo, Tchitato e Tanda). A operação também cobriu a região de Santa Clara.
O contrabando de combustível, um produto fortemente subsidiado pelo Estado angolano, causa prejuízos significativos ao país. “As perdas que temos com este produto são, na verdade, perdas para os cidadãos angolanos. Daí a preocupação ao mais alto nível do Estado, e esta operação que apresentamos é uma resposta da Polícia Nacional para combater este fenómeno”, declarou o porta-voz da Polícia Nacional, o subcomissário Mateus Rodrigues, que reforçou o empenho da corporação no combate ao crime.
“Aqueles que continuam a insistir nesta prática devem saber que os seus dias estão contados. Certamente, vão cruzar-se com as nossas forças e serão responsabilizados e levados à justiça”, assegurou o oficial da Polícia Nacional.
Durante a operação, as forças policiais registaram 115 crimes na fronteira com a República Democrática do Congo, com cinco detidos; três detidos na fronteira com a Zâmbia; e, na fronteira com a Namíbia, 21 crimes, sem detenções. Todo o combustível apreendido foi entregue à Procuradoria-Geral da República para o cumprimento das medidas legais. Os 588.000 litros de combustível apreendidos nas fronteiras com a Namíbia, Zâmbia e República Democrática do Congo foram avaliados em mais de 12 milhões de kwanzas.