Após 15 dias de bloqueio, os mais de 250 camiões angolanos impedidos de cruzar o território da República Democrática do Congo (RDC) retomaram a viagem rumo à província de Cabinda. O impasse, que deixou centenas de transportadores angolanos parados e gerou prejuízos significativos, foi resolvido graças às intervenções diplomáticas entre os governos de Angola e da RDC.
O Ministro das Relações Exteriores de Angola, Téte António, interveio em nome do governo angolano após a decisão unilateral da RDC de impedir a circulação dos camionistas angolanos, violando assim acordos bilaterais sobre transportes rodoviários. A interdição gerou descontentamento, com relatos de violações de direitos humanos contra os transportadores.
O Ministro dos Transportes e Comunicações da RDC, Jean-Pierre Bemba, emitiu um despacho no dia 3 de outubro, em Kinshasa, autorizando o levantamento da suspensão. Com essa medida, o governo angolano considera que as autoridades congolesas demonstram um sinal de respeito aos instrumentos jurídicos acordados entre os dois países, incluindo as disposições constantes no Acordo de Transporte Rodoviário.
Nos postos fronteiriços de Luvo e Noqui, na província do Zaire, a movimentação de camiões foi intensa após o anúncio. Transportadores e comerciantes, que ficaram dias sem receber mercadorias, começaram a calcular os prejuízos resultantes do bloqueio. Produtos perecíveis foram afetados, e alguns começaram a deteriorar-se durante o impasse.
A Associação dos Transportadores de Mercadorias de Angola agradeceu o bom senso das autoridades de ambos os países e ressaltou a importância do reforço das relações bilaterais, num momento em que Angola se prepara para os desafios da Zona de Comércio Livre da SADC.
Fontes indicam que a suspensão da circulação de camiões angolanos se deveu a uma greve organizada por transportadores congoleses, acrescentando uma camada adicional de complexidade ao caso.