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Angola e Zâmbia assinam acordo para expansão do Corredor do Lobito com financiamento privado

Nova Iorque, 26 de setembro de 2024 – O Ministro dos Transportes de Angola, Ricardo d’Abreu, anunciou a assinatura de um acordo de concessão com o governo da Zâmbia para a construção de uma ligação ferroviária entre os dois países. O projeto, que integra o Corredor do Lobito, pretende conectar o porto de Lobito, em Angola, à rede ferroviária da Zâmbia, criando um eixo de transporte de 800 quilómetros. Esta iniciativa, considerada uma das mais ambiciosas da região, promete transformar a logística e a economia da África Austral.

Diferente dos modelos de financiamento tradicionais, que dependem de crédito público, o projeto será financiado pelo setor privado, mostrando a confiança dos investidores no potencial estratégico do Corredor do Lobito. “Estamos a escapar das tradicionais linhas de crédito e endividamento público, o que assegura a sustentabilidade financeira do projeto a longo prazo”, afirmou o ministro Ricardo d’Abreu, durante reuniões nas Nações Unidas.

Oportunidades com a Ligação ao “Copperbelt”

O ministro também destacou a importância geoeconômica da ligação ferroviária, especialmente em relação à região do Copperbelt, uma das maiores reservas de cobre do mundo, localizada na Zâmbia. A crescente demanda por minerais essenciais para a transição energética global torna o Corredor do Lobito uma rota estratégica para o transporte desses recursos. “Este é um projeto secular, e esta rota ferroviária é a peça que faltava para conectar o Corredor do Lobito ao centro da nossa região, onde estão localizados minerais significativos, vitais para a transição energética mundial”, disse d’Abreu.

Financiamento Inovador e Parcerias Internacionais

O sucesso desta iniciativa deve-se, em grande parte, à colaboração entre Angola e Zâmbia, com o apoio de instituições financeiras internacionais e países como os Estados Unidos. O modelo de financiamento, baseado em concessões, permite que o setor privado participe ativamente na construção e gestão do corredor, garantindo a sustentabilidade e a eficiência do projeto a longo prazo.

“O fato de termos dado o passo importante da concessão do Corredor do Lobito demonstra o potencial do projeto e o interesse do setor privado em investir nesta infraestrutura. Instituições financeiras multilaterais e bilaterais, bem como de desenvolvimento, estão a apoiar esta iniciativa, o que reforça o nosso compromisso com o desenvolvimento sustentável da região”, explicou o ministro.

Impacto no Comércio e Desenvolvimento Regional

A conexão ferroviária será vital para o escoamento de minerais, mercadorias e outros bens essenciais da Zâmbia e da República Democrática do Congo para o mercado global através do Porto de Lobito. A redução nos custos logísticos vai aumentar a competitividade das exportações dos países envolvidos, gerando impacto direto na economia local e regional.

Além disso, o Corredor do Lobito criará oportunidades para o fluxo de novos investimentos, geração de empregos e a melhoria das infraestruturas locais, beneficiando não só Angola e Zâmbia, mas também outras nações da África Austral. A colaboração entre o setor público e privado, somada ao apoio internacional, torna o corredor uma peça-chave para o desenvolvimento econômico da região.

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