Quinta-feira, 17 de Outubro, 2024

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Cerca de 118 milhões de africanos enfrentam efeitos das catástrofes climáticas até 2030

Cerca de 118 milhões de africanos extremamente pobres vão estar expostos a secas, inundações e calor extremo no continente até 2030, se não forem tomadas medidas adequadas, alertou hoje a Organização Meteorológica Mundial (OMM).

Cerca de 118 milhões de africanos enfrentam efeitos das catástrofes climáticas até 2030

O aumento da temperatura no continente africano é ligeiramente superior à média mundial e as alterações climáticas são um “fardo cada vez mais pesado em África”, alertou a OMM no relatório “Estado do Clima em África 2023”, divulgado hoje em Abidjan, na Costa do Marfim, na 12.ª Conferência sobre Alterações Climáticas para o Desenvolvimento em África (CCDA), juntamente com a Comissão da União Africana, a Comissão Económica das Nações Unidas para África e a Conferência Ministerial Africana sobre Meteorologia.

“Em média, os países africanos estão a perder 2% a 5% do Produto Interno Bruto (PIB) e muitos estão a desviar até 9% dos seus orçamentos para responder aos fenómenos climáticos extremos”, alertou a agência das Nações Unidas.

Na África Subsariana, estima-se que o custo da adaptação climática se vá situar entre 30 e 50 mil milhões de dólares (cerca de 27 e 45 mil milhões de euros) por ano durante a próxima década, ou seja, 2% a 3% do PIB da região, segundo o relatório da OMM.

Este facto “irá sobrecarregar os esforços de redução da pobreza e prejudicar significativamente o crescimento” da região, le-se no relatório.

Para a OMM, os países africanos têm de dar prioridade a um maior investimento nos Serviços Meteorológicos e Hidrológicos Nacionais e acelerar a implementação da iniciativa “Alerta Rápido para Todos”, para salvar vidas e meios de subsistência.

“Isto ajudará a mitigar os riscos, a criar capacidade de adaptação, a aumentar a resiliência a nível local, nacional e regional e a orientar as estratégias de desenvolvimento sustentável”, frisam os autores do relatório.

A investigação centrou-se nos indicadores e impactos das alterações climáticas em 2023, que foi o ano mais quente do mundo registado até à data.

Este documento “complementa o relatório da OMM sobre o Estado do Clima Global e faz parte de uma série de relatórios regionais da agência, que fornecem a base de observação para ajudar a impulsionar ações e apoiar a tomada de decisões”, indicou a organizaçao.

“Nos últimos 60 anos, África observou uma tendência de aquecimento que se tornou mais rápida do que a média global. Em 2023, o continente registou ondas de calor mortais, chuvas fortes, inundações, ciclones tropicais e secas prolongadas”, afirmou a secretária-geral da OMM, Celeste Saulo, citada em comunicado.

“Enquanto muitos países do Corno de África, da África Austral e do Noroeste de África continuaram a sofrer secas excecionais de vários anos, outros países registaram eventos extremos de precipitação em 2023, levando a inundações com vítimas significativas”, alertou Saulo.

Segundo a representante da OMM, estes fenómenos extremos tiveram um impacto devastador nas comunidades, com graves implicações económicas e este padrão de condições climatéricas extremas continuou em 2024, alertou.

O continente africano enfrenta encargos e riscos desproporcionados decorrentes de fenómenos e padrões meteorológicos relacionados com as alterações climáticas, que causam crises humanitárias maciças com impactos prejudiciais na agricultura e na segurança alimentar, na educação, na energia, nas infraestruturas, na paz e na segurança, na saúde pública, nos recursos hídricos e no desenvolvimento socioeconómico global, concluiu Saulo.

Lusa

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