Quinta-feira, 12 de Dezembro, 2024

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Polícia da Guiné-Bissau liberta 61 ativistas detidos por protesto contra regime

A polícia da Guiné-Bissau libertou hoje 61 ativistas detidos por se manifestarem em vários pontos do país contra o regime, constatou a Lusa quando vinham a sair das celas da 2ª Esquadra em Bissau.

Polícia da Guiné-Bissau liberta 61 ativistas detidos por protesto contra regime

“Fomos mandados sair das celas e ir para as nossas casas, mas nove dos nossos ficaram lá”, referiu um dos detidos no sábado.

Na sua maioria jovens, todos vinham com sacolas nas mãos, onde tinham alguns pertences, nomeadamente tigelas que os familiares usavam para lhes enviar comida.

Perfilados diante da 2ª Esquadra da capital, os ativistas debatiam como iam chegar às respetivas casas já que os familiares não tinham sido avisados sobre a possibilidade de serem libertados.

“Mandaram-nos ir embora dali, mas para voltarmos às 10:00 de segunda-feira [11:00 em Lisoboa] para virmos buscar os nossos telemóveis”, relatou uma jovem.

Questionados sobre quem ficou nas celas, os jovens apontaram para Armando Lona “e outros” considerados pela polícia como os cabecilhas da Frente Popular, plataforma que junta associações juvenis, sindicatos e organizações de mulheres, e que promoveu as manifestações de sábado.

Os ativistas confirmaram que a polícia apenas ordenou que saíssem das celas em cumprimento de “ordens superiores”, sem revelar quem deu essas ordens.

Os jovens prometeram que nos próximos dias vão continuar a luta, “primeiro pela libertação incondicional” de todos os detidos e “depois pela denúncia” do que se passou durante a sua detenção na 2ª Esquadra.

A Frente Popular, liderada pelo jornalista e ativista político Fernando Lona, promoveu no sábado um pouco por toda a Guiné-Bissau e nalgumas comunidades guineenses na diáspora uma manifestação para denunciar o regime em vigor no país.

Com o lema “contra violência e destruição da democracia “, a Frente Popular convocou uma “mega manifestação pacífica” para “resgatar a democracia” na Guiné-Bissau.

Os promotores consideram que o país está a viver “num contexto absolutista” com o regime do Presidente Umaro Sissoco Embaló, que dissolveu o parlamento e o governo da maioria PAI- Terra Ranka e nomeou um Governo de iniciativa presidencial.

A manifestação de sábado foi reprimida pelas forças policiais, que foram dispersando qualquer aglomeração de pessoas desde as primeiras horas do dia.

Lusa

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