O Presidente angolano alertou hoje para os “fins maléficos” da Internet, apelando aos jovens que evitem propagar boatos e mentiras e aos partidos que se abstenham de os usar contra os adversários políticos e contra a pátria.
João Lourenço, que discursava hoje na abertura da Angotic, Fórum Internacional de Tecnologias de Informação e Comunicação, introduziu uma vertente política no seu discurso sobre tecnologias, apontando os bons e maus usos das plataformas digitais, que podem ser usadas para incitar motins e golpes de Estado.
Sobre as plataforma digitais, “uma importante ferramenta de trabalho e comunicação”, João Lourenço considerou que podem também ser usadas para fins maléficos e criminosos, para denegrir pessoas ou instituições, bem como o crime organizado e organizaçao de motins, rebeliões e golpes de estado.
“O problema não é das tecnologias e plataformas digitais, e sim o bom ou mau uso dado pelos utilizadores, que devem ser educados desde tenra idade que uma ferramenta feita para produzir riqueza e saber pode ser usada para destruir, dividir, semear a discórdia e criar o caos”, alertou.
O chefe do executivo angolano fez recomendações sobre o uso da Internet e redes sociais que devem ser usadas sobretudo para a “superação académica, cultural e profissional” ou para a promoção de negócios.
Falou também sobre os jovens, sublinhando que o executivo angolano trabalha para a sua “educação moral e cívica” e para a “defesa dos mais nobres valores da cultura e civilização cristã”, o respeito da família e do próximo, da criança e do velho, dos símbolos nacionais e da pátria.
“Apelamos, por isso, aos nossos jovens a não desperdiçar o seu tempo precioso com coisas negativas como propagação de boatos, da mentira intencionalmente forjada, da intolerância politica e do ódio”, exortou.
Deixou também avisos aos partidos políticos para que se “abstenham de radicalizar os jovens, usando-os como armas de arremesso contra os seus adversários políticos e, muito menos, contra a pátria”.
João Lourenço destacou a importância das redes de banda larga, uma ferramenta fundamental para garantir aos cidadãos acesso à sociedade de informação, e realçou a necessidade de a Internet estar ao alcance da maior parte dos cidadãos.
Em Angola, continuou, o setor das telecomunicações continua em franco crescimento. A colocação em órbita do satélite Angosat II, ligações terrestres e submarinas em fibra ótica para Cabinda, construção de um satélite de observação da terra, expansão da banda larga em fibra ótica e participação no consórcio internacional do cabo submarino de fibra ótica “2 Africa” foram alguns dos exemplos que deu.
Além disso, entre 2021 e o primeiro trimestre de 2023 registou-se um crescimento de 55% do serviço de telefonia móvel, atualmente com uma taxa de penetração de 71%, enquanto a taxa de crescimento do acesso a Internet foi de cerca de 20%.
A Angotic regressou hoje para a sua 3.ª edição depois de uma interrupção de três anos devido à pandemia.
Lusa