Sábado, 27 de Julho, 2024

Polícia contribuiu significativamente para o sucesso do protesto cívico “dia 31 fica em casa”

A polícia Nacional com a sua retórica intimidatória foi, sem dúvidas, um dos factores de sucesso da acção cívica “dia 31 fica em casa”, que aconteceu ontem, sexta-feira (31), organizada pelo activista Gangsta e tinha como objectivo parar a sociedade para refletir sobre a situação económica e social actual do país.

Os discursos musculados da nossa polícia, que claramente está no lado errado da história ao não saber se posicionar como um órgão republicano, fez ressurgir as imagens do período pós-eleitoral de 2022, quando as ruas da cidade de Luanda estavam cheias de militares e polícias, tanques, carros blindados e atiradores prontos a matar que se atrevesse sair à rua para protestar contra os resultados das eleições.

Essas imagens intemperadas, extremamente agressivas de repressão e o medo a violência desproporcional contra pessoas indefesas que caracteriza a nossa polícia, foi o principal motivador para que as pessoas ficassem em casa. Isso porque para a grande maioria dos angolanos, que vive do que ganham no dia a dia, ficar em casa não é um luxo que se podem permitir, a não ser que alternativa seja pior, como neste caso uma bala na cabeça.

Portanto, o medo de tiroteios por parte da polícia fez com que muita gente ficasse em casa, em especial, para aqueles que trabalham no sector privado ou por conta própria.

Imagens de lojas e armazéns com as portas fechadas a cadeado marcaram o dia de ontem nas principais zonas comerciais de Luanda como São Paulo, Golf 2 e Viana.

Dados não oficiais divulgados nas redes sociais, alegam que houve uma adesão de 70% na acção de protesto de ontem. Um dado que pode estar muito próximo da realidade, em especial em Luanda, onde a adesão foi maior.

A falta de táxis nas paragens contribuiu também para que muitas pessoas não conseguissem sair de casa. Ruas vazias, tráfico fluido era o cenário marcante ontem nas principais vias e tradicionais pontos de congestão de Luanda.

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