Quinta-feira, 12 de Dezembro, 2024

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ANPG prevê USD 40 mil milhões de receitas em única descoberta

A Agência Nacional de Petróleo, Gás e Biocombustíveis (ANPG) estima receitas para o Estado angolano de 20 a 40 mil milhões de dólares, com o desenvolvimento de uma única “grande” descoberta comercial na Bacia virgem do Namibe.

De acordo com o presidente do Conselho de Administração da ANPG, Paulino Jerónimo,  os  20 a  40 mil milhões de dólares são calculados com base no preço do barril de petróleo na ordem de 50 a 60 dólares, respectivamente.

O gestor revelou esta notícia na cerimónia de assinatura do Memorando de Entendimento para a melhoria dos termos contratuais dos blocos 30, 44 e 45 da Bacia do Namibe, entre a ANPG e o consórcio Exxonmobil (operadora) e a Sonangol Pesquisa e Produção. Um acto testemunhado pelo ministro dos Recursos Minerais, Petróleo e Gás, Diamantino Azevedo, e o vice-presidente da referida multinacional, Neil Chapman.

Com a celebração do Memorando de Entendimento, que é resultado dos termos negociados, prevê-se benefícios consideráveis para todas as partes envolvidas, segundo o responsável da Concessionária Nacional.

Para o Estado angolano, acrescentou, espera-se alcançar benefícios como  investimentos estimados em 200 milhões de dólares para estudos e a perfuração do poço de pesquisa até 2024.

Em caso de descoberta comercial no poço de pesquisa, estima-se investir 15 mil milhões de dólares para avaliação e desenvolvimento da descoberta de larga escala.

A produção pode iniciar até 2030, o que vai contribuir para a reversão do declínio da produção, a substituição de reservas e a criação de novos empregos na região.

Enquanto isso, a perfuração do primeiro poço na Bacia do Namibe, prevista para o primeiro trimestre de 2024 (entre Março e Abril), permitirá expandir o conhecimento geológico e o potencial petrolífero do país, em estrito alinhamento com os objectivos definidos na Estratégia Geral de Atribuição de Concessões Petrolíferas.

“Hoje, a produção petrolífera em Angola resume-se apenas às Bacias do Kwanza e do Baixo Congo”, apontou o PCA da Concessionária Nacional.

Contrato de serviços com risco

Foi em 2019 que  a ANPG, a EXXONMOBIL e a Sonangol P&P celebraram o contrato de Serviço com Risco (CSR) para os referidos Blocos, com data efectiva de 1 de Novembro de 2020, para a execução de operações petrolíferas, em que  a operadora é a Exxonmobil (60%) em parceria com a Sonangol P&P (40%).

De acordo com Paulino Jerónimo, os contratos com risco são geralmente penalizantes  para o  investidor. “Na altura, alertou-se a Exxonmobil de que o contrato  não era muito simpático para quem quer investir numa  zona de  fronteira, onde não existe poço nenhum, onde tudo pode acontecer”, explicou.

Eles fizeram o estudo, a avaliação e viram que o potencial existe, mas não na dimensão que eles pensavam.

 Tendo em conta que há outros países concorrentes, teve-se de abrir mão e rever os termos do contrato de maneira a permitir que a multinacional fure poços na referida Bacia.

Nesta senda,  os processos  foram alterados em que a parte do Estado inicialmente estava com a maior “ fatia”  cedeu  umas percentagens, o que permitiu a Exxonmobil  tomar a decisão de furar o poço.

Sem estimar  o potencial da Bacia do Namibe, Paulino Jerómino referiu que os estudos  sísmicos já foram efectuados nos referidos Blocos,  o que  demonstrou que as reservas não eram  muito altas o que obrigou a ANPG a ser um pouco mais comedida de modo a manter a multinacional a investir naquela Bacia.

Angop

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