As trocas comerciais entre Rússia e China devem atingir este ano 200 mil milhões de dólares, meta delineada por ambos os países, disse o primeiro-ministro chinês, Li Keqiang, numa reunião com o homólogo russo, Mikhail Mishustin.
“O comércio bilateral está a crescer muito e atingiu já a marca do ano passado. Estamos a avançar firmemente rumo à meta dos 200 mil milhões de dólares (189 mil milhões de euros)”, afirmou Li.
Segundo o chefe do Governo chinês, o grosso das trocas comerciais corresponde a produtos agrícolas e hidrocarbonetos.
“O lado chinês está pronto para, em conjunto com os seus parceiros russos, continuar a aprofundar a cooperação em larga escala para o bem dos nossos povos, a paz mundial, estabilidade regional e desenvolvimento de todos os Estados”, acrescentou.
Mishustin enfatizou que “quase metade” das trocas comerciais entre os dois países são agora realizadas nas respetivas moedas nacionais.
“Este é o tipo de pagamento que deve ser dominante. Trata-se de uma política económica e financeira soberana num mundo multipolar”, frisou.
O chefe do Governo russo celebrou os resultados do intercâmbio comercial entre Moscovo e Pequim, “apesar da conjuntura internacional desfavorável”, lembrando que as trocas nos primeiros dez meses do ano cresceram 33%, para quase 150 mil milhões de dólares.
“Já é mais do que durante todo o ano passado”, sublinhou Mikhail Mishustin, manifestando também a sua convicção de que a Rússia e a China vão atingir o nível de comércio esperado.
Li acrescentou que os dois países “estão a cooperar na esfera de sistemas de pagamento e cartões bancários”, e que muitos bancos russos e chineses se ligaram aos sistemas de pagamento de ambos os países.
Na prática, esta ligação permite contornar o domínio do dólar norte-americano no comércio internacional.
“Isto é muito importante para o funcionamento ininterrupto das cadeias produtivas e de fornecimento”, destacou Li Keqiang.
A China pode comprar energia à Rússia sem entrar em conflito com as sanções impostas pelos Estados Unidos, Europa e Japão na sequência da invasão russa da Ucrânia.
Pequim está a intensificar as compras, para aproveitar os descontos russos, o que causa fricções com Washington e países aliados, ao aumentar o fluxo de caixa de Moscovo e limitar o impacto das sanções.
Moscovo é agora o maior fornecedor de petróleo da China, tendo superado a Arábia Saudita no verão passado.
Lusa