Quinta-feira, 12 de Dezembro, 2024

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Coreia do Sul chora as vítimas da tragédia de Halloween

O presidente sul-coreano Yoon Suk-yeol abriu nesta segunda-feira (31) um altar em memória das 154 pessoas mortas em um tumulto durante uma festa de Halloween, enquanto as autoridades enfrentam acusações de que a falta de controle policial causou o desastre.

Presidente da Coreia do Sul

Depois que o presidente e sua esposa colocaram flores brancas no enorme altar construído em Seul para as vítimas do desastre de sábado, em sua maioria mulheres jovens, o público começou a chegar. Um homem ajoelhou-se diante do altar coberto de flores e chorou.

Num memorial improvisado próximo a uma estação de metro no popular bairro de Itaewon, onde ocorreu a tragédia, as pessoas pararam para rezar e colocar flores.

Enquanto isso, a imprensa e as redes sociais começaram a divulgar pedidos crescentes de responsabilização, devido às falhas no controle da multidão.

Quase 100.000 pessoas, a maioria jovens fantasiados para o Halloween, reuniram-se nos becos pequenos e sinuosos de Itaewon. Testemunhas citando falta de segurança e de controle das multidões.

A polícia afirmou nesta segunda-feira que enviou 137 policiais para o local, um número que alega ser maior do que em anos anteriores. Mas relatos locais indicaram que os policiais enviados estavam mais focados em vigiar o uso de drogas do que no controle de multidões.

“Este foi um desastre que poderia ter sido evitado”, disse Lee Young-ju, professor do Departamento de Incêndios e Desastres da Universidade de Seul, à televisão YTN.

Nas redes sociais, muitas pessoas reclamaram que a polícia este ano não controlou a multidão e permitiu que muitas pessoas se reunissem em torno da estação de metrô e no beco que foi o epicentro do desastre.

“Moro em Itaewon há 10 anos e todos os anos há uma festa de Halloween, a de ontem não foi maior do que nos anos anteriores”, escreveu um usuário do Twitter.

“Acho que a causa do desastre foi (falta de) controle de multidões”, acrescentou. Mas no domingo o governo defendeu o plano da polícia.

“Não foi um problema que teria sido resolvido enviando polícias ou bombeiros com antecedência”, disse o ministro do Interior, Lee Sang-min, à imprensa.

A Coreia do Sul costuma ser eficiente no controle de multidões e os protestos costumam ter tanta presença policial a ponto de superar os manifestantes.

Mas os organizadores dos protestos devem informar as autoridades com antecedência, o que não é o caso quando os jovens chegam para comemorar em Itaewon.

Caos e medo 

Dezenas de milhares de pessoas lotaram um beco íngreme de não mais de três metros de largura, e testemunhas relataram cenas de caos enquanto as pessoas passavam umas pelas outras, sem a polícia no local para guiar a multidão.

Segundo testemunhas, pessoas ficaram presas no beco e tentaram sair, com algumas subindo em cima das outras.

A maioria dos 154 mortos, incluindo 26 estrangeiros, foi identificada até domingo. Mas o número de mortos pode aumentar porque pelo menos 33 pessoas estão em estado crítico.

O país iniciou uma semana de luto nacional, com eventos e shows cancelados e bandeiras hasteadas a meio mastro.

AFP

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