O crescimento da economia cabo-verdiana voltou a acelerar no segundo trimestre, para quase 18%, que se soma a 16,8% nos primeiros três meses, indicam dados provisórios divulgados hoje pelo Instituto Nacional de Estatística (INE) cabo-verdiano.
Segundo o relatório das Contas Nacionais Trimestrais do INE, o Produto Interno Bruto (PIB) de Cabo Verde cresceu 17,7% em volume no segundo trimestre, desempenho que compara com o crescimento de 30,8% no mesmo período de 2021 (face à praticamente completa paragem da economia no segundo trimestre de 2020 devido às restrições para conter a pandemia de covid-19).
Segundo o INE, do lado da procura, esta evolução no segundo trimestre deste ano resultou do aumento do consumo privado e das exportações, enquanto do lado da oferta, o Valor Acrescentado Bruto (VAB), a preços de base, apresentou uma evolução homóloga positiva de 13,8%, “destacando-se para o efeito as atividades de Alojamento e Restauração, do Comércio e dos Transportes”.
Os Impostos líquidos de subsídios apresentaram uma evolução homóloga positiva de 48,3%, face ao segundo trimestre de 2021.
Este crescimento económico é superior aos 16,8% registados no primeiro trimestre deste ano, segundo o relatório anterior e que compara com o recuo de 15,2% em termos homólogos, face aos três primeiros meses de 2021.
A economia cabo-verdiana cresceu 7% em todo o ano de 2021, impulsionada por alguma retoma no setor do turismo no último trimestre do ano. Em 2020, registou uma recessão histórica, quando o PIB, devido à quase completa ausência de turismo, recuou 14,8%.
Cabo Verde enfrenta uma profunda crise económica e financeira, decorrente da forte quebra na procura turística – setor que garante 25% do PIB do arquipélago – desde março de 2020, além de uma seca prolongada que se arrasta há mais de quatro anos.
Entretanto, devido às consequências económicas da guerra na Ucrânia, o Governo cabo-verdiano reviu de 6% para 4% a perspetiva de crescimento económico em 2022, face à escalada de preços em vários produtos e uma inflação, a um ano, que já ultrapassa os 8%.
Lusa