Segunda-feira, 4 de Agosto, 2025

O seu direito à informação, sem compromissos

Pesquisar

Angola regista mais de 200 mil casos de violência contra criança em dois anos

Mais de duzentos mil casos de violência contra criança foram registados nos últimos dois anos em Angola, informou hoje, terça-feira, nesta cidade, a directora-geral adjunta do INAC, Elisa Gourgel.

Entre os casos de violência destaca-se a fuga a paternidade, falta de prestação de alimentos, violência doméstica, sexual e psicológica (acusação de feitiçaria), abandono, exploração do trabalho infantil, maus tratos e agressões.

Falando à imprensa, à margem de um Workshop sobre Gravidez e Casamento Precoces, Elisa Gourgel disse que no período em referência, com o lançamento da linha 15015 SOS Criança, registou-se nove mil e 883 casos de abuso sexual e cerca de 80 mil de fuga a paternidade.

A responsável referiu que, para atenuar o elevado número de casos, o INAC está a realizar campanhas de sensibilização, no sentido de alertar as famílias sobre a necessidade de protecção da criança.

“É necessário que cada pai ou encarregado pense no menor como a extensão da vida dele e que merece protecção, carinho e desenvolvimento, ao invés de ser instrumentalizado, estigmatizado e maltratado”, enfatizoul.    

Na mesma senda, a supervisora e formadora nacional sobre cuidados primários de saúde sexual e reprodutiva do Instituto Nacional da Criança, Deolinda Cumandala, afirmou que a gravidez precoce acarreta situações graves de saúde, que podem levar à morte das adolescentes e abortos provocados.

“Devemos combater a gravidez e o casamento precoces, com o envolvimento da sociedade, porque também provocam consequências nefastas ao crescimento das adolescentes”, destacou.

Segundo a vice-governadora de Benguela para o sector político, económico e social, Lídia Amaro, é necessário sensibilizar as famílias sobre as consequências e implicações legais destas práticas que são prejudiciais às crianças.

“Precisamos também de prestar uma atenção especial à educação sexual da mulher, apostar na formação académica e profissional destas e no resgate dos valores morais, cívicos, culturais e na elevação da cultura jurídica para se mitigar este fenómeno em Angola”, considera.

Durante algumas horas, foram debatidos temas como Situação actual da gravidez e casamento precoces na província do Bengo e Benguela, O impacto no desenvolvimento psicossocial da rapariga, Reforço da competência familiar na prevenção da gravidez e casamento precoces, Gravidez precoce como factor de abandono escolar, entre outros.

Angop

×
×

Cart