O músico Robert Kelly, conhecido no meio artístico como R. Kelly, foi hoje condenado a 30 anos de prisão por tirar partido da sua fama para sujeitar jovens admiradores a abusos sexuais sistemáticos.
O cantor, autor e compositor foi condenado no ano passado por extorsão e tráfico sexual, num julgamento que deu voz a vítimas que julgavam antes que as suas histórias eram ignoradas por serem mulheres negras.
A sentença de hoje encerra uma queda lenta para o autor do sucesso mundial “I believe I can fly”, atualmente com 55 anos, que continuou a ser idolatrado por legiões de fãs, mesmo após os rumores sobre os seus abusos de raparigas menores terem começado a circular durante a década de 1990.
O júri do tribunal federal de Brooklyn, em Nova Iorque, condenou Kelly após ouvir acusações de que terá usado a sua equipa de assessores e agentes para conhecer jovens raparigas e mantê-las em silêncio.
Terá usado, segundo a acusação, a sua “fama, dinheiro e popularidade” para sistematicamente “predar crianças e mulheres jovens para sua própria satisfação sexual”, acusaram os procuradores, por escrito, no início do mês.
Vários acusadores testemunharam que R. Kelly os submeteu caprichos perversos e sádicos quando eram menores de idade.
Kelly encontra-se preso sem direito a sair sob fiança desde 2019 e enfrenta, ainda, acusações de pornografia infantil e obstrução à justiça em Chicago, num julgamento que está previsto para ter início em 15 de agosto.
Lusa